Mundial de Clubes

Um jogão atrás do outro

Primeira rodada reserva grandes duelos, entre eles a estreia do Sada Cruzeiro contra a equipe polonesa do Resovia

Recém-chegado ao Sada Cruzeiro, o ponta Taylor Sander conhece bem um dos jogadores do adversário dos celestes na estreia, o levantador Shoji | Foto: Cristiane Mattos - 16.11.2018
Daniel Ottoni| Enviado especial (*)
26/11/18 - 07h00

Resovia, Polônia. Em um Mundial de alto nível, é líquido e certo que grandes embates apareçam a todo momento e não somente nas horas de maior definição. A abertura da competição em solo polonês acontecerá com os jogos entre Skra Belchatow (POL) e Lube Civitanova (ITA), duas das maiores forças do Velho Continente, às 17h30 (horário de Brasília), valendo pontos no grupo A. Pelo grupo B, no mesmo horário, o Trentino (ITA) tentará fazer valer todo seu favoritismo contra os iranianos do Khatan Ardakan.

Às 17h30 (horário de Brasília), um duelo regional entre Zenit Kazan e Fakel, ambos da Rússia e que mostrarão um arsenal de saques e ataques do mais alto calibre. Enquanto o “bicho pega” em Plock, situação similar vai acontecer em Resovia, quando o Sada Cruzeiro vai tentar largar na frente ao enfrentar os donos da casa, time que leva o nome da cidade.

O jogo pode ser decisivo na classificação final e terá velhos amigos em lados opostos, cada um tratando de dar seu melhor: o ponta norte-americano Taylor Sander e o levantador Kawika Shoji, que defende o time polonês. Para os dois, é inevitável um sentimento diferente de ter alguém tão próximo do outro lado da quadra. Shoji, mesmo de longe, conhece a força do rival.

“Eles possuem um histórico positivo dentro da liga brasileira e também no Mundial. A experiência e o talento seguem presentes, ainda mais agora com a presença do meu amigo Taylor Sander. Não vejo a hora de enfrentá-lo. Claro que seria melhor se estivéssemos do mesmo lado da quadra. Tê-lo como adversário será desafiador”, comenta o jogador do Resovia.

Os dois se conhecem há cerca de cinco anos, desde os tempos de seleção dos EUA. “Nos tornamos bons amigos, passamos muito tempo no verão juntos, já o visitei algumas vezes no Havaí e conheço seus pais, inclusive. Não vejo a hora de revê-lo ao lado da esposa. Assim como eu, ele tem uma filha recém-nascida, dois meses apenas mais velha que meu filho. Será muito legal estar ao seu lado e matar as saudades”, relata Sander.

Acostumados a se enfrentarem nos treinos da seleção, eles agora serão adversários de verdade. “Acho que esta será a primeira vez que estaremos em lados diferentes da quadra de forma oficial. Estou animado por este momento”, conta Shoji, que mostra ter a memória melhor que o amigo ao afirmar que seus times se enfrentaram na última temporada, quando atuaram na Itália. Nessa partida, no entanto, Sander acabou não atuando.

Depois do duelo desta segunda-feira (26), o Sada Cruzeiro encara o Trentino (ITA) na quarta-feira antes de fechar a fase de classificação, na quinta, contra os iranianos do Khatan Ardakan. O time celeste é dono de três taças, todas conquistadas em casa (2013, 2015 e 2016). Uma vez que os italianos são fortes candidatos a uma das duas vagas no grupo, o confronto entre brasileiros e poloneses ganha um peso ainda maior em busca da classificação. “Todos os jogos dentro de um Mundial serão desafiadores e será importante começar com o pé direito”, completa Sander.

 

Brasileiros da Plus Liga analisam adversário do Sada

Resovia. Uma das forças do Resovia, adversário de estreia do Sada Cruzeiro no Mundial de clubes, está no elenco. As duas equipes fazem um dos jogos de abertura do grupo B, com a bola subindo às 17h30 (horário de Brasília), com transmissão do SporTV.

“Eles contam com um elenco de 12 atletas de bom nível, que podem jogar a qualquer momento. Nas trocas, eles continuam fortes. Possuem dois levantadores experientes, dois opostos de força. Isso graças a um orçamento gigantesco. Eles contrataram muito bem para esta temporada”, analisa Vinhedo, que atua no Chemik Bydgoszcz.

Depois de oito jogos, o time da casa venceu apenas um jogo e ocupa a lanterna do torneio, já tendo passado por mudança de treinador. “Eles já estão jogando em um melhor nível e darão trabalho. Será um belo jogo contra o Cruzeiro”, completa o armador, que foi campeão com a camisa celeste em 2013. “O Resovia, com a mudança de treinador, deve estabelecer novos sistemas diferentes do que apresentou até agora, porém os jogadores continuarão os mesmos”, afirma o técnico brasileiro Marcelo Fronckowiak, que comanda o Cuprum Lubin, que também disputa a PlusLiga.

O oposto Rafael Araújo compartilha da visão de que o time conta com várias opções de qualidade para momentos distintos dos jogos. “O oposto Schulz vai muito bem no saque. Os centrais são um ponto-chave, eles jogam muito pelo meio. Quem for enfrentá-los, precisa tentar neutralizar isso. O saque será o melhor caminho para tirar a bola da mão do levantador e evitar ataques com centrais. Eles também podem sofrer com a linha de passe”, sugere. 

Para vencer o Resovia, o time de Rafael usou uma boa estratégia de saque. “Usamos viagem e flutuante, e eles não conseguiram administrar isso”, conta.

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) O repórter viajou a convite da organização do Mundial

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