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5G no Brasil: o que é a tecnologia e o que falta para chegar ao país

Saiba Tim Tim por Tim Tim em que pé estão os tratados para a tecnologia 5G chegue ao Brasil

Dom, 11/04/21 - 09h00
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5G no Brasil: o que é a tecnologia e o que falta para chegar ao país

Um assunto muito discutido no último ano é o 5G e o leilão que vai possibilitar a chegada dessa tecnologia no Brasil.

Mas, você sabe exatamente do que se trata?

Nesta semana, vamos te explicar tim-tim por tim-tim o que você precisa saber sobre o 5G e porque existe essa confusão toda em torno dele.

O que é 5G?

Como o próprio nome já sugere, o 5G é uma evolução na comunicação de redes de banda larga, de internet mesmo, ele é um avanço em relação ao 4G, que é o que usamos hoje.

O nome 5G vem de quinta geração desse tipo de comunicação.

E quais são as diferenças para as outras tecnologias?

Segundo o professor Rafael Santos, que é coordenador do curso de Redes de Computadores da FIAP, em São Paulo, duas diferenças básicas são o ponto chave do 5G: aumento na velocidade e na densidade de sinal de internet.

Apesar de parecer simples à primeira vista, ele explica que essa nova rede vai revolucionar a forma como nos relacionamos com a internet. Isso porque a abrangência do sinal de uma antena de internet vai dobrar e esse sinal vai chegar a muito mais lugares e com muita qualidade.

Isso vai permitir, por exemplo, que áreas rurais usem mais instrumentos tecnológicos conectados à internet. Um exemplo que ele dá é a possibilidade de monitorar fronteiras entre propriedades usando drones conectados à internet ou mesmo câmeras físicas que transmitirão em tempo real o que acontece ali.

Qual a velocidade da internet 5G?

Enquanto a velocidade média de download na rede 4G é de 15 mega bits por segundo / e na rede 4.5G é de 20 a 22 mega bits por segundo / a rede 5G é capaz de baixar entre 50 e 400 megabits no mesmo período / podendo chegar a 2 giga bits.

Exemplo: hoje, na velocidade média da rede 4G, você demora cerca de 10 a 20 minutos para baixar um filme full HD. Em uma rede 5G, esse tempo não passa de 25 segundos.

Essa velocidade maior também tem a ver com a latência, que nada mais é que atraso, é o tempo que leva para os dados que dão acesso à internet chegarem aos dispositivos.

Enquanto no 4G esse tempo é de 50 milissegundos, no 5G é 5 milissegundos. Com dados dados chegando mais rápido, as operações na internet ficam mais rápidas também.

Quais os benefícios do 5G?

Essa tecnologia vai permitir uma revolução na forma como usamos a internet. Para além de smarphones e computadores, a internet 5G vai permitir conexões eficientes dentro de casa, com equipamentos domésticos controlados remotamente por você, carros com nível de conectividade muito superior e até mesmo operados à distância com mais segurança. Será a era da internet das coisas.

Juntas, essas diferenças vão trazer uma outra bem interessante: você não vai mais precisar instalar cabos em casa para ter internet, se não quiser. O modem de internet 5G precisa estar equipado apenas com um chip 5G, que vai pegar o sinal da antena mais próxima e transmitir com a mesma qualidade pra todos os dispositivos da sua casa. E, assim, você vai poder também levar esse modem onde houver cobertura da rede.

Existem riscos na conexão 5G?

Como acontece com tudo o que é novo, o 5G também foi alvo de muitas fake news, especialmente porque a empresa que tem mais experiência nessa tecnologia é chinesa.

O professor explica que os riscos da rede 5G são os mesmos que sofremos hoje na internet. A diferença é que vai aumentar o acesso à rede de computadores e a quantidade de pessoas usando, o que aumenta, é claro, o número de tentativas de criminosos de roubarem dados ou cometerem outros crimes cibernéticos.

A dica de segurança para a internet 5G é a mesma que já existe hoje: tenha cuidado com o que você baixa, com os links em que você clica e com as pessoas com quem você conversa.

E o que falta para o 5G chegar ao Brasil?

A questão envolvendo a chegada do 5G ao Brasil, segundo Santos, é puramente burocrática. Isso porque não existe fabricação de equipamentos para sustentar a tecnologia no Brasil, então acabamos dependendo da exportação desses produtos. China e Estados Unidos disputam hoje a dianteira na produção de hardware para operar o 5G, e já sabemos a complicadíssima relação diplomática envolvida.

A chinesa Huawei, segundo o professor, é quem tem mais experiência no 5G porque investe mais e há mais tempo no aprimoramento da tecnologia, inclusive com ajuda do governo. E os Estados Unidos também disputam essa dianteira porque eles também querem vender esses produtos pra um país continental como o nosso.

Só que uma confusão comum que vemos por aí é que não são essas empresas que vão vender ou comprar o espaço do 5G no Brasil, não são elas que disputam o chamado leilão do 5G, mas as operadoras que já conhecemos.

A Anatel estabelece parâmetros para a operação da frequência 5G e a empresa de telecomunicações que pagar mais seguindo esses parâmetros leva o direito de operar a rede. Vai depender unicamente da operadora que vencer o leilão a escolha de quais equipamentos, chineses ou dos Estados Unidos, vão viabilizar o 5G no Brasil, porque o próprio governo não estabeleceu restrições a essas empresas, que era o que o presidente Donald Trump queria que fosse feito e alguns políticos brasileiros concordavam.

O leilão deve acontecer ainda neste ano, até julho, mas ainda não há uma data definida. A expectativa dada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, é de que os brasileiros já tenham acesso ao 5G em junho de 2022.

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