Balanço 2021

BH Airport confirma contatos com Emirates para voo em Minas

Companhia tem codeshare com a Azul desde agosto. Concessionária descarta construção de segunda pista do aeroporto

Por Paulo Campos
Publicado em 17 de dezembro de 2021 | 17:02
 
 
Kleber Meira (CEO) e Herlichy Bastos (diretor de operações) da BH Airport Edy Fernandes/Divulgação


O CEO da BH Airport, Kleber Meira, confirmou nesta quinta-feira, durante uma coletiva de imprensa, que há negociações com a Emirates para trazer um voo da companhia aérea para Minas em codeshare (compartilhamento) com a Azul. A rota Dubai-Millão-BH já tinha sido tratada pelo governador Romeu Zema e pelo diretor de aviação e conectividade da concessionária, Clayton Begido, com representantes da companhia durante a Expo Dubai. 

Sobre os novos voos internacionais no terminal, Meira ainda afirmou que a norte-americana Eastern Airlines deve estrear Miami e Nova York em março. Ele também acredita que Confins só vai restabelecer o movimento aos níveis pré-pandemia a partir de 2023. O aeroporto espera movimentar 853 mil passageiros neste mês por conta das festas de fim de ano. “Em dezembro, vamos atingir 90% da movimentação de passageiros de 2019”, disse.

Sem segunda pista

O terminal fechará o ano com 7 milhões de passageiros e voos diretos para 48 destinos. Hoje, a capacidade total é para 32 milhões de passageiros por ano. O executivo, no entanto, descartou a construção da segunda pista prevista no contrato de concessão, principalmente depois das obras que ampliaram a pista em 600 m – hoje a quarta maior do Brasil, com 3.600 m. “A segunda pista está no nosso radar, até porque custaria R$ 850 milhões”, explica.

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte foi reeleito o melhor do país na Pesquisa Nacional de Satisfação de Passageiros e Desempenho Aeroportuário, promovida pelo Ministério da Infraestrutura, com coordenação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), referente ao terceiro trimestre de 2021. O terminal foi destaque na categoria de aeroportos acima de 10 milhões de passageiros por ano, com nota geral de 4,5 em uma escala de 1 a 5.

Hotel e centro de convenções

Meira, que esteve na coletiva ao lado de Herlichy Bastos, diretor de operações, comemora, além dos bons números, a reforma do terminal 1 de passageiros, a instalação de novas lojas e a assinatura de quatro novos contratos no aeroporto-indústria em 2022. Neste ano, completam-se sete anos que a BH Airport administra o terminal em Confins. Os planos de expansão, segundo ele, continuam nos próximos anos.

“Nosso aeroporto é uma minicidade”, afirma Meira. A proposta é a instalação nos próximos anos de um hotel e um centro de convenções – negociações também estão em andamento para trazer para o terminal unidades do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e do Instituto Inhotim. Hoje, já é possível fazer exames PCR em laboratório, tirar passaporte no posto da Polícia Federal e agendar o estacionamento por uma plataforma digital.

Pampulha

O projeto de marketing digital do aeroporto tem o objetivo, segundo o CEO da BH Airport, de oferecer ao viajante uma jornada “touchless”, sem necessidade de contato direto com colaboradores ou o manuseio de documentos. O aeroporto já implantou o embarque aéreo por reconhecimento facial. Também se destaca no quesito sustentabilidade – foi premiado por suas práticas socioambientais no Green Airport Recognition, a conferência anual do Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe (ACI-LAC).

Meira ainda comemora a vitória da CCR, mesma empresa que opera Confins, no leilão para operar o aeroporto da Pampulha, o que permitirá maior sinergia e evitará, segundo ele, uma concorrência predatória. Ele cita o exemplo do Rio de Janeiro, onde os aeroportos do Galeão e Santos Dumont estão em confronto direto. “Com essa concorrência, o Rio deixou de ser um hub, mas isso não vai acontecer em Minas”, enfatiza. Por conta disso, o Galeão deve fechar o ano com 3,5 milhões de passageiros, metade do volume do terminal em Confins.

Cara de Minas

A BH Airport também quer deixar o aeroporto com a cara de Minas Gerais. O novo projeto arquitetônico buscou fonte em três importantes elementos mineiros – o barroco, as montanhas e as curvas de Oscar Niemeyer. No lugar do concreto, surgirão novos materiais, texturas e curvas. Painéis amadeirados e com curvas sinuosas estarão nos forros das salas de embarque, e portais de nove igrejas barrocas, nos portões de embarque e desembarque. Desenvolvido em três fases, o projeto deve estar concluído em dezembro de 2022.

Outra proposta da concessionária é implantar um shopping center nas áreas comuns. Hoje, são ao todo 99 lojas, mas essa área, segundo Kleber Meira, deve dobrar com o Dutty Free e 18 novas lojas, entre elas quatro Starbucks. “Quarenta por cento dos turistas são passageiros em conexão”, revela o executivo. Por esse motivo, um novo desenho com mais espaço nas áreas de fluxo permitirá aos usuários aproveitar melhor o mix de lojas, cafés e restaurantes. O custo das obras está em torno de R$ 128 milhões.