Perto de casa

Cerca 22,9% dos turistas pretendem viajar dentro do próprio Estado

O novo viajante procura por destinos num raio de 400 km, perto de casa e em meio à natureza

Por Paulo Campos
Publicado em 21 de setembro de 2021 | 09:28
 
 
São Lourenço já sente o crescimento do movimento de turistas Célio Ferraz/Divulgação

Desde o ano passado, o crescimento dos destinos nacionais já era tido como uma tendência nas viagens, principalmente depois que muitos países fecharam as fronteiras. Essa tendência já era detectada em muitas pesquisas: o novo viajante procurava destinos próximos de casa, num raio de aproximadamente 400 km, em viagens mais curtas (até quatro dias), de preferência de carro, e em meio à natureza, ao ar livre.

De olho nesse novo viajante, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) lançou o programa Minas para Minas, com a proposta de uma retomada gradual e segura das atividades turísticas no Estado, em consonância com as diretrizes do programa Minas Consciente.

Dados levantados pela empresa de monitoramento de mercado Hibou em junho  empresa de monitoramento de mercado e consumo  mostrava que 47% dos brasileiros pretendiam viajar nos próximos meses.e que 22,9% queriam conhecer melhor o próprio Estado.

Levantamento da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), realizado com seus 43 associados e em parceria com a consultoria Up Soluções, também mostrava que metade dos brasileiros (55%) queria conhecer um novo destino na região onde moravam e 59% pretendiam viajar para um destino de natureza próximo. Num momento de incerteza, 63% também disseram também que planejavam viajar a algum lugar que já conheciam.

Para Marina Figueiredo, vice-presidente da Braztoa, o turismo regional veio para ficar e cada vez mais se consolida como uma tendência. “A pandemia obrigou as pessoas a ‘olhar para dentro de casa’, e elas começaram a descobrir o entorno”, destaca a executiva. Monte Verde, por exemplo, reabriu para os eventos, promovendo seu festival gastronômico, e agora já se prepara para o Natal nas Montanhas.

Para Jeanine Pires – diretora da Pires Inteligência em Destinos e Eventos e da Matcher, empresa especializada em marketing de destinos, tendências em turismo e segmento de eventos –, a partir de agora, quando vai se observando uma estabilização com a vacinação, as tendências que se colocam são as viagens domésticas, em família, e também se iniciam as de negócios, com número menor de pessoas e seguindo protocolos.

Hotelaria em recuperação

Um dos setores mais impactados pela pandemia, a hotelaria mineira teve uma queda abrupta de 60% para 16% na ocupação no início da crise sanitária. Em junho, o segmento começou a sentir sinais de recuperação. 
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-MG), o percentual de crescimento dos hotelaria em BH em junho e julho foi de 34,3 % e 48,3%, respectivamente.

Hotéis localizados na região Centro-Sul da cidade foram os primeiros a sentir a recuperação. Segundo Carolina Drumond, administradora do Hotel Savassi, de categoria econômica, o movimento começou a retornar em junho. “Nossa ocupação está hoje em torno de 70%”, afirma. Mas a diária média caiu de R$ 200 para R$ 170.

Malha aérea cresceu no Estado

A malha aérea doméstica registrou, neste mês, média diária de 1.793 partidas, o equivalente a 74,6% da oferta de voos antes da pandemia. É o quinto mês seguido de crescimento nesse indicador. A Latam, por exemplo, já recuperou 54% da sua oferta de assentos no Estado. Na Azul, a retomada da malha aérea foi de 85%.

“Esse resultado mostra a resiliência das companhias aéreas. Importante lembrar que a continuidade desse desempenho está vinculada à vacinação e ao não agravamento da pandemia”, afirma Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

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