Maranhão

Conheça a chapada das Mesas: paraíso bruto e pouco explorado no Nordeste

Rios, cachoeiras e grutas estão entre as estrelas do destino; turista encontra cenário de natureza única

Por Eduardo Vessoni
Publicado em 18 de agosto de 2018 | 03:00
 
 
Portal da Chapada, abertura natural nas rochas e parada certa para fotos Eduardo Vessoni/Divulgação

No sudoeste do Estado, bem longe de cenários mais populares do turismo regional, a Chapada das Mesas é o Maranhão em estado bruto. É o Brasil sem ser lapidado nem disfarçado com maquiagem. É do jeito que se vê, sem se apegar ao bistrô descoladinho, ao hotel de charme ou às terapias alternativas. O turismo por ali acontece do lado de fora. E isso não é pouca coisa.

A região, formada por dez municípios, entre eles Carolina, Imperatriz e Riachão, é endereço de um dos pontos de preservação mais desconhecidos do Brasil. O Parque Nacional da Chapada das Mesas, criado em 2005, protege cerca de 160 mil hectares, numa área de transição entre o Cerrado, a Caatinga e, vejam só, a Amazônia, em pleno Nordeste.

 

Paraíso pouco explorado

O nome da região, que tem a cidade de Carolina como base, vem dos platôs em forma de mesa que quebram a monotonia das imensas áreas verdes, recortadas por rochas de arenito com milhares de anos.

Sem plano de manejo definido e um processo de desapropriação que se arrasta por anos, o parque ainda não conta com estrutura turística e recebe visitantes com apenas duas atrações, com entradas de R$ 15 cada. No entanto, ambas já seriam suficientes para justificar a viagem até uma região tão isolada das principais capitais nordestinas.

A primeira é a cachoeira da Prata, um conjunto de quedas d’água de até 18 m que se dividem na ilha no alto do rio Farinha e que caem sobre poções pedregosos que nem sempre convidam para banhos. Uma trilha curta, de 250 m conecta os setores superior e inferior daquelas águas violentas.

Na vizinha cachoeira São Romão, uma queda potente de 25 m de altura forma uma imensa piscina de águas mansas para banho. Dá para alugar caiaque (a partir de R$ 10) para navegação ou apenas ficar estirado na prainha de areia ao longo do rio Farinha.

Para admirar uma chapada ainda pouco explorada, guias mais experientes costumam levar visitantes na parte posterior da São Romão, seguindo por rotas alternativas, até a parte traseira da cachoeira.

Nesse momento, a Chapada das Mesas prova, sob outra perspectiva, por que ficou conhecida como Paraíso das Águas e é um dos destinos turísticos mais exclusivos do Brasil. É como ver a chuva cair constantemente sobre um rio estreito rodeado por rochas vulcânicas esculpidas pelas águas.

 

Paisagens para ficar na memória do visitante

No “quintal” de uma família, fica o Portal da Chapada (entrada a R$ 10 por pessoa). Em plena BR-010, uma fenda em forma de mapa do Tocantins contorna a chapada ao fundo, com vista para o Morro do Chapéu, a meseta mais emblemática. Ponto mais alto da região, a rocha de arenito tem subida de 365 m e acesso exigente até o topo.

A vista do pôr do sol não pode ficar fora do roteiro. Aliás, o destino tem talento não apenas para as águas como para fins de tarde escandalosos, que parecem lançar no céu matizes de todos os tons.

O ponto mais central para ver o fim do dia fica ao lado do embarque para as balsas que cruzam até Tocantins. O restaurante Chega Mais, numa plataforma sobre o rio Tocantins, é estratégico para o entardecer. E ainda dá para pedir uma caipirinha e uma moqueca maranhense, inventada pela própria proprietária.

Limite natural entre os dois estados, o rio Tocantins dá acesso também à Pedra Encantada, a 22 km de Carolina. Barcos no estilo voadeira costumam chegar ali no fim de tarde. A rocha de oito metros de altura fica isolada entre águas, devido ao alagamento da área para a construção da hidrelétrica de Estreito, em 2010. A silhueta negra das mesetas ao fundo, recortada pelo céu alaranjado, é um dos visuais mais marcantes da chapada.

É a parada final de outro roteiro turístico da região: o Três Encantos. O passeio de um dia inteiro inclui um trekking de 10 km até o mirante da chapada das Mesas e parada para piquenique às margens de um rio no Parque Terra d’Água.

 

SERVIÇO

Como chegar:

De avião. A Latam (latam.com) tem voos saindo de Belo Horizonte para Imperatriz, com conexão em Brasília, por R$ 1.372,02. Pela Azul (voeazul.com.br), o bilhete custa R$ 1.520,32 em voo direto. Tarifas, com taxas, pesquisadas para final de agosto e início de setembro.

 

Quem leva:

Operadora. Agência Abreu

Informações. Consulte o seu agente de viagens e peça já o pacote da Agência Abreu. abreutur.com.br

Inclui. Traslados de ida e volta entre Imperatriz e Carolina, três noites de hospedagem com café da manhã em Carolina no hotel Pousada dos Lajes e passeios para Poço Azul, Encanto Azul, cachoeira de Santa Bárbara, complexo Pedra Caída e Portal da Chapada.

Saídas.Até dezembro de 2018 (exceto feriados)

Preço. a partir de R$ 1.900 por pessoa em ap. duplo.

 

Onde ficar:

Pousada do Lajes. Diárias em apartamento duplo a partir de R$ 237 (com café da manhã). Rodovia BR-230, Km 02, s/n, em Sucupira, Carolina. Site: pousadadolajes.com.br.

 

 

Onde comer:

Cachoeira São Romão. Faça reservas antecipada. (99) 98152-4488.

Chega +. Rua Alto Parnaíba 1. Tel. (99) 99106-6444

Espaço Gourmet. Praça José Alcides De Carvalho s/n. Tel. (99) 3531-8581.

Tio Pepe Pizzaria. Praça José Alcides de Carvalho s/n. Tel. (99) 3531-2960 / 98122-0017. tiopepepizzaria.com.br

 

Mocotozin. Rua Cidade Grajaú 172, Centro. Tel. (99) 98247-0025 / 98247-0026.

 

Passeios:

Cia do Cerrado. Pacote para quatro dias de atividades na região a partir de R$ 800 por pessoa, sem aéreo. A empresa também tem transfers de e para Carolina por R$ 600 para até 4 pessoas. Passeios curtos a partir de R$ 100 por pessoa, em grupos de, no mínimo, quatro passageiros. Inf.: ciadocerrado.com.br