Costa Verde

Conheça Angra dos Reis: a capital brasileira dos navegadores

Ilhas superlotam no verão, mas há opções menos procuradas; Praia Brava, por exemplo,é um paraíso escondido por onde vale a pena se aventurar

Por Leticia Nunes
Publicado em 17 de novembro de 2018 | 03:00
 
 
Praia Brava em Angra dos Reis: um refúgio na cidade Uanderson Fernandes/Agência O Globp

As 365 ilhas fizeram a fama de Angra dos Reis, a tal ponto que, hoje, segundo um levantamento da Marinha, um em cada três barcos de lazer do país está no arquipélago. E fica impossível contar quantos mais chegam para a temporada de verão. Mas o litoral do município também tem os seus encantos que, não raras vezes, passam despercebidos pelos visitantes que só pensam em navegar.

A Praia Brava, por exemplo, no caminho para Paraty, fica no condomínio em que moram os funcionários de Angra 1, mas o acesso é liberado na portaria, mediante apresentação de documentos. Vale a pena se aventurar por esse paraíso escondido, que reúne muitos surfistas: ao contrário da maioria das praias da região, a Brava tem altas ondas. Já a Praia das Pedras e a Praia Vermelha são pouquíssimo frequentadas, não têm muita infraestrutura, mas oferecem espaço de sobra e ótimas condições para ver peixinhos sem grandes atropelos.

Agora, nem cogite visitar a cidade e dispensar o passeio pelas ilhas. O tour mais conhecido, batizado como Super Ilhas Paradisíacas, leva os turistas para Ilha de Cataguazes, Ilhas Botinas, Ilha da Gipoia, Praia das Flechas, Praia da Fazenda e Praia da Piedade, com duas paradas para banhos e a oportunidade de fazer fotos da Igreja de Nossa Senhora da Piedade e da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.

Nos dias de sol, as águas das Ilhas Botinas exibem um azul turquesa tão transparente que dá para ver o fundo do mar. Mesmo que você não saiba nadar, pegue um colete ou boia e pule na água. Cardumes de peixes coloridos também adoram passear por esse trecho do litoral e não há palavras para descrever a sensação de bancar a sereia ou o príncipe submarino.

Se você busca badalação, a Praia do Dentista é "o" ponto de encontro da juventude bronzeada. Nos fins de semana, rola até engarrafamento de lanchas e iates. Quem quer sossego toma outro caminho.

“A Ilha de Cataguases fica mais vazia e é a mais bonita",  atesta o barqueiro Leandro Esteves, com a propriedade de quem nasceu e foi criado na região e que, hoje, faz passeios turísticos pela região.

Na hora que o mar cansar - pode acontecer, admita -, a cidade ainda tem muitas atrações. O Angra Convention & Visitors Bureau (ACVB) vem se empenhando em criar um calendário que permita, pelo menos uma vez por mês, a realização de um evento combinando música e gastronomia. O ACVB também criou corredores turísticos na região e está implantando uma série de trilhas, de níveis diferentes. Com apoio do Sebrae, promoveu cursos para o trade turístico criar novos produtos. Um deles já entra em ação agora na alta temporada, o passeio noturno de barco.

Os passageiros navegam pela baía, que é protegida, e, portanto, sem muito balanço. Ouvem música, veem estrelas e, depois, jantam. Mais romântico, impossível - explica o presidente do ACVB, Ulisses Covas.

Em outra frente, a entidade trabalha para incentivar restaurantes e hotéis a valorizar os pratos e produtos típicos da região. Foi assim que o Samburá, uma tradição gastronômica do município, que completa 30 anos em 2019, começou a pesquisar novidades para seu cardápio. Novidades que significam uma volta no tempo, já que os primeiros donos eram de origem caiçara. Hoje, os turistas se deliciam com especialidades by Angra, como o espaguete de pupunha com camarões e vieiras, a moqueca de banana da terra ou o doce de casca de maracujá.

“O peixe com banana da terra é um símbolo da culinária caiçara. São dois produtos abundantes na região. Queremos que o turista tenha a experiência de conhecer o verdadeiro sabor de Angra “, diz o chef Fábio Ferreira, dono do Samburá.