Litoral

Conheça Morro de São Paulo, o vilarejo da moda no Estado da Bahia

Destino a 60 km de Salvador, praticamente não tem mais baixa temporada e é queridinho de turistas jovens

Por Paulo Campos
Publicado em 23 de abril de 2019 | 03:00
 
 
No mirante do Morro, barraca vende drinks no cacau Edy Fernandes/Divulgação

Prepare-se para subir e descer ladeiras! Só desembarcando em Morro de São Paulo para entender a origem do nome. O local abrigou uma fortaleza a partir de 1630 para proteger de invasões a chamada “barra falsa da baía de Todos os Santos”, uma entrada estratégica para o canal de Itaparica até o Forte de Santo Antônio, atual Farol da Barra, em Salvador.

O forte ainda está lá preservado: o portal agora serve de controle para a entrada de turistas. Quem visita Morro de São Paulo é obrigado a pagar uma taxa de preservação de patrimônio no valor de R$ 15, independentemente do tempo de permanência. Na alta temporada, de novembro a março, o destino baiano recebe mais de 400 mil turistas

A primeira ladeira está logo na entrada e é de tirar o fôlego. Carregadores credenciados pela Associação dos Informantes de Turismo de Morro de São Paulo (Assistur) ficam à espera no cais com carrinhos de mão para pegar as bagagens de turistas e ajudá-los no transporte até o hotel – o preço varia de acordo com o tamanho: R$ 10, R$ 15 ou R$ 20.

 

Singularidades

Morro de São Paulo tem singularidades, e o turista percebe isso de imediato. Carros não são permitidos na vila; as praias são denominadas por números; os preços dos passeio são tabelados. Uma sugestão é contratar os serviços do melhor receptivo da região, a TCH, que tem escritório na praça principal da cidade.

Nas ruas, não demora-se a perceber que Morro de São Paulo está tomada de israelenses – que descobriram o destino há pouco tempo – e argentinos. É impossível circular sem trombar com um ou outro nas ruas, nos passeios. Como o jovem casal Omar Santaolalla e Andrea Silvina, que viajava ao destino pela primeira vez.

O melhor lugar para se hospedar é no centro – a dica é a rede Joias do Morro, do casal de nativos Tuca e Suzana, pioneiros em hospedagem no vilarejo. Eles mantém três pousadas – Pérola, Safira e Cristal –, que investem na informalidade e no atendimento.

As tarifas são convidativas, entre R$ 198 e R$ 435 o casal, dependendo da época do ano. Segundo Marcel Cardim, gerente de reservas da rede, a proposta é fazer o hóspede se sentir em casa, tanto que ele pode abastecer o frigobar com produtos do supermercado. Os proprietários também têm um restaurante de comida baiana, o Sabor da Terra.

 

Praias

Como as praias de Morro são nomeadas em sequência: quanto menor o número da praia, mais perto ela fica da vila. Menor e menos charmosa, a Primeira Praia é onde se veem mais moradores. São 351 m de extensão, com o morro do Farol numa ponta, a ilha da Saudade na outra. De morro sai uma tirolesa com 70 m de altura e 340 m de extensão. A descida custa R$ 70 por pessoa.

A segunda praia é a mais movimentada, com 380 m de extensão, bares, lounges e restaurantes. À noite, é palco para festas e luaus.

Da Terceira Praia saem os o passeios de barco para Boipeba e as piscinas naturais. Com 800 m, tem hotéis com bom custo-benefício. A praia é emoldurada por coqueiros, extensa faixa de areia e traz uma atração – piscinas naturais na maré baixa. O ideal é caminhar sem pressa até a Barraca do Binho para tomar uma cerveja e comer um petisco.

A 7 km da vila, após o fim da Quarta, a Quinta Praia, ou praia do Encanto, com 1.600 m de extensão, é selvagem. Depois de atravessar o manguezal e se deparar com pescadores carregando pencas de caranguejos, vislumbra-se um oásis. A dica é descansar na barraca Carapitangui, para comer um peixe assado na folha de bananeira.

 

Tour em Bainema é novidade

O tour mais famoso da TCH Receptivo, Volta à Ilha, custa R$ 180 por pessoa e dura o dia inteiro, com parada nas piscinas de Garapuá, na praia de Moreré e no restaurante Nascente do Sol (a especialidade, o polvo à moda da casa sai a R$ 130 para duas pessoas), em Boipeba, para um almoço, passeio de barco pelo rio do Inferno e outro pit-stop em Canavieiras para degustação de ostras.

Quem se autointitula criador do tour é Alemão, figura folclórica e guia turístico. Ele se diz mentor de outros tours, como o 4x4 até a praia de Guarapuá e o recente Bainema-Moreré. As piscinas de Bainema são um recanto exclusivo. Mais vazias de turistas, só é permitida a visitação de três lanchas por vez. O passeio é combinado com almoço no restaurante Paraíso, o melhor de Moreré. Experimente a moqueca de camarão (R$ 70) ou a lagosta na manteiga (R$ 130). Quem quiser se hospedar, pode pagar R$ 150 a diária para usufruir dos chalés.

Além de guia, Alemão tem habilidades com as mãos, as quais transforma em curioso trompete. Em Bainema, o almoço é no restaurante Pontal de Bainema, de Henrique Maciel, ou “Cação”, para degustar a original receita do ceviche de polvo. O lugar tem redário e palco para shows – na alta estação promove festas com presença de músicos famosos.

Maciel ainda oferece a possibilidade de usufruir do sossego de Moreré, hospedando-se no camping a R$ 40 ou numa casa confortabilíssima a R$ 550 a diária.

 

Festas são a ‘alma’ do vilarejo baiano

Um dos pontos fortes do Morro são as festas. Engana-se quem pensa que elas param na baixa estação. As mais tradicionais são o luau, às segundas e quintas-feiras, a festa do Teatro do Morro, às quartas-feiras, e a Pulsar, aos sábados. Essas festas não custam barato: você gastar entre R$ 60 a R$ 120. Na alta temporada, restaurantes como Funny e Toca do Morcego também promovem suas baladas, sem contar a Festa do Barco, a única sem dia específico, sai aleatoriamente às 20h e retorna à meia-noite.

Terça-feira teoricamente não tem festa na vila, mas não é bem assim. O som rola solto no Bamboo, um hostel todo feito de madeira. A proposta da Universo Pol é um espaço aberto para que diferentes músicos mostrem seu som. Só que lá pelas oito da noite ela já se encerrou para não incomodar os hóspedes. Aos sábados, ainda, acontece a Mamma África, no Iate Clube, em uma praia vizinha a Morro, onde uma banda toca um pouco de tudo, de música baiana a reggae, terminando com DJs ensaiando um som eletrônico.

Na alta temporada, tem festa todo dia! Também ocorrem eventos pontuais. No ano passado, Morro de São Paulo sediou a segunda edição da San Island Weekend, que reuniu cerca de 4.000 pessoas na Fazenda Caeira, na Terceira Praia. A festa LGBT teve Ivete Sangalo e 14 DJ oriundos da Espanha e Israel, muitos deles responsáveis pelas festas mais badaladas de Ibiza e San Sebastian. Não é à toa que o que mais vê nas ruas da vila são jovens de todas as tribos, muitos deles à procura de um pouco de movimento.

 

SERVIÇO

Quem leva

Operadora. Azul Viagens

Informações. Consulte a loja da Azul Viagens mais próxima de você, acesse azulviagens.com.br ou ligue 4003-1181

Pacote. Inclui aéreo e sete noites na pousada Pérola do Morro com café

Saída. 1/6/2019

Preço. A partir de R$ 1.178 (ou 10x R$ 117,80)

 

Aéreo. O voo da Azul de BH/Morro de São Paulo custa a partir de R$ 440 o trecho e dura uma hora e 40 minutos. Saídas aos sábados, às 12h10, com chegada a Morro às 13h50

Para Morro. R$ 60 (táxi Morro até o atracadouro, de onde saem os barcos; R$ 1,15 (taxa de utilização do terminal), R$ 10 (barco regular) ou R$ 18 (boat) por pessoa.

Como chegar. Saindo de Salvador, pegue uma escuna para Itaparica, em frente ao Mercado Modelo, ao custo de R$ 5,80 a R$ 8 ou o ferry-boat a R$ 15. Em Itaparica, pegue um ônibus até Valença, ao custo de R$ 30 por pessoa.

 

Onde se hospedar:

Pousada Pérola. Diárias a partir de 198 a R$ 435

Pousada Safira. Diárias a partir de R$ 255 a R$ 435

Pousada Cristal. Diárias a partir de R$ 280 a R$ 480

* Preços o apto para casal

Inf.: joiasdomorro.com.br ou (75) 3652-1490

 

Passeios

Quem faz. TCH Receptivo

Inf.: tchreceptivo.com.br ou (71) 3038-7555

Volta à Ilha. R$ 180

Trilha de Toyota até Guarapuá. R$ 80

Expedição Gamboa. R$ 60

Tour histórico com pôr do sol no morro. R$ 35

*Por pessoa. Os preços em Morro são tabelados