O parque é imenso: 39, 5 km². E não tem só muita vegetação natural, mas também história. Ainda se vislumbram pés de café, construções e ruínas de antigas fazendas como Solidão, Mocke e Midosi, uma capela do que foi outrora da fazenda Boa Vista e uma mesa que era utilizada por nobres para almoços campestres, tudo vestígios do Segundo Reinado.


A denominada Floresta da Tijuca é muito mais: abriga o morro do Corcovado e o principal cartão-postal do país, o Cristo Redentor, e o segundo ponto mais alto da cidade do Rio de Janeiro, o Pico da Tijuca, com 1.022 m de altitude. Em 1961, a maior floresta urbana do mundo plantada pelo homem ganhou proteção com a criação do Parque Nacional da Tijuca.



A comemoração de 62 anos foi no dia 6 deste mês, com o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica por meio do programa de voluntariado do parque. No dia 7, o Centro de Visitantes do Setor Floresta foi reaberto, depois de passar por reformas. Viviane Lasmar, chefe do parque, reconhece que ainda há muitas melhorias a serem feitas, mas há poucos recursos.


Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 3.532.778 pessoas visitaram o parque em 2022, superando o ano das Olimpíadas do Rio, em 2016, quando recebeu 3.357.403 – até então, o maior público. Entre os atrativos mais visitados estão o Cristo Redentor (1.845.506), o Parque Lage (837.820) e a Vista Chinesa (365.445).



No parque, o visitante pode praticar várias atividades e esportes de aventura, como trekking, ciclismo, escalada, bicicross, downhill, banho em cachoeiras, contemplação e voo livre. Só o bungee jumping não é regulamentado e não há áreas específicas para prática. Com mais de 200 espécies de aves, o parque também é perfeito para o birdwayching (observação de aves).


O acesso ao parque pode ser feito de diversos pontos, dependendo do local que o visitante queira explorar. O parque abre às 8h e fecha às 17h. No acesso pelo Setor Floresta, estão os picos da Tijuca e Bico de Papagaio e o Açude da Solidão. No Setor Pedra Bonita e Pedra da Gávea, fica a rampa de voo livre e os famosos saltos de asa-delta. No Setor Carioca, se localizam o Parque Lage, a Mesa do Imperador, os mirantes Vista Chinesa e Dona Marta e o Cristo Redentor. O Setor Pretos, Forros e Covanca, fica boa parte das trilhas.




São ao menos 41 trilhas, somando 63 km, e um conjunto de oito florestas. Entre as mais procuradas estão o Caminho dos Artistas, qcom paradas na Capela Mayrink, morro do Visconde, Cascatinha e Recanto dos Pintores, com 3,1 km; Circuito das Grutas, que passa por várias cavernas, entre elas a dos Morcegos e do Belmiro, com 2,4 km; a trilha do Pico da Tijuca, que leva a 1.010 m de altura, com 2,4 km; e a trilha Pedra da Gávea/Pedra Bonita, com 3,7 km e trechos muito íngremes.

Para o trilheiro de carteitinha Genilson Oliveira, o melhor do parque são as trilhas e as cachoeiras, com destaque para a da Pedra Bonita.Empresas como a Jeep Tour oferecem passeio de jipe pela Floresta da Tijuca, combinando com praias e pontos turísticos. Existem opções de meio turno ou de dia inteiro.
 


 


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1. Cristo Redentor



É a vista mais sensacional do Rio de Janeiro. A estátua do Cristo Redentor é o cartão-postal mais famoso do Brasil no mundo: tem 30 m de altura e 8 m de pedestal. Foi inaugurada em 1931, no morro do Corcovado, a 710 m de altura e em meio à floresta. O trem e as vans são os únicos serviços do parque concedidos à iniciativa privada. Pode-se contratar condutores na praça São Judas Tadeu a partir de R$ 50. Eles estão identificados com crachá emitido pelo Parque Nacional da Tijuca, com o selo holográfico do ICMBio na frente e o QR Code no verso. O percurso no Trem do Corcovado dura cerca de 20 minutos e custa a partir de R$ 117, 50 (adulto), R$ 64 (criança de 5 a 11 anos) e R$ 32 (acima de 60 anos). Já o acesso por vans credenciadas é a partir da estação Paineiras e custa R$ 78, 50 (adulto), R$ 25 (criança de 5 a 11 anos) e R$ 12,50 (acima de 60 anos). 


2. Parque Lage 



Localizado no bairro do Jardim Botânico, na zona Sul do Rio, a área de 52 hectares de florestas já foi engenho de açúcar. Entre os atrativos estão um palacete que abriga o Instituto de Belas Artes, a Escola de Artes Visuais e um restaurante em seu pátio, que oferece um café da manhã. A entrada no Parque é gratuita, mas a visita ao palacete deve ser agendada na plataforma Sympla. O espaço funciona das 8h às 17h (área verde) e das 9h às 17h (palacete) e oferece bela vista do Cristo Redentor. Acesse Parque Lage


3. Mirante Dona Marta 



Para muitos, é a vista mais bonita, por causa de ter a cidade mais próxima. Do alto de seus 360 m do mirante Dona Marta, é possível ver o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, o Maracanã, a baía de Guanabara e a lagoa Rodrigo de Freitas. O acesso é feito a pé ou de carro pela ladeira dos Guararapes, no bairro do Cosme Velho. É uma ótima alternativa para quem quer fugir das multidões do Cristo Redentor e do preço alto. O melhor lugar para fotos é do Heliponto. Funciona das 8h às 17h, com fiscalização. Após esse horário, o local continua aberto, porém sem policiamento.


4. Vista Chinesa 



A Vista Chinesa é, sem dúvida, a vista mais encantadora da cidade do Rio. O monumento, denominado “pagode”, construído entre 1902 e 1906, é uma estrutura em bambu e cimento com formato de pavilhão oriental. Seu idealizador foi o arquiteto Luís Rey, que escolheu o local de uma clareira a 380 m de altitude para aproveitar a paisagem do entorno. Ele é uma homenagem aos chineses que trouxeram o cultivo do chá para o Brasil no início do século XIX. O visitante pode chegar até lá a pé, de bike ou de carro. Funciona diariamente das 8h às 17h.


5. Mesa do Imperador 



O local onde fica a mesa do Imperador era utilizado por nobres e burgueses para almoços campestres e recebia a visita de dom Pedro II nos seus passeios à floresta. Com o passar do tempo, a mesa de pedra se tornou parada obrigatória dos visitantes que buscam uma bela paisagem. A Mesa do Imperador fica na mesma via da Vista Chinesa, que liga o Horto ao Alto da Boa Vista. Funciona diariamente das 8h às 17h (até as 18h no horário de verão).


6. Pedra da Gávea e rampa de voo livre 



A Pedra da Gávea, entre os bairros da Tijuca e São Conrado, na zona Sul do Rio, é o maior monolito à beira-mar do mundo. Com mais de 844 m de altitude, o destaque ali é uma rampa de voo livre. A trilha que leva à pedra tem grau difícil de dificuldade, por causa das subidas íngremes, e dura cerca de três horas de caminhada. Outra opção de subida é pela Carrasqueira, paredão formado por pedras que exige muito esforço físico. É recomendável ir com um guia. Funciona das 8h às 17h, portanto é importante iniciar a trilha antes das 14h.


7. Pico da Tijuca 



O pico da Tijuca é o segundo ponto mais alto do parque da Tijuca, com 1.022 m de altitude – o primeiro é a Pedra Branca, na zona Oeste. O visitante acessa o platô com uma belíssima vista em 360° por trilha de 2.800 m ou por escalada, com grau de dificuldade moderado. O fim da trilha é uma escadaria “esculpida” na rocha. É importante que a pessoa comece a trilha antes das 14h, para dar tempo de voltar antes do fechamento do parque, às 17h.


8. Cachoeiras 



As cachoeiras do parque são uma alternativa às praias no verão. Entre as principais quedas d’água estão a do Chuveiro (foto acima), a mais famosa; a dos Primatas, com acesso pelo Jardim Botânico; a das Almas, a partir do Recanto dos Pintores; a do Horto, a partir do Alto da Boa Vista; a da Gruta, com trilha de 100 m a partir do Setor Carioca; a do Jequitibá, de difícil acesso; a da Imperatriz, a partir de trilha por trás do Solar de Imperatriz, no Horto; e a do Sorimã, a dez minutos da entrada da trilha Pedra da Gávea. Na Cascatinha, somente no poço próximo.


9. Caminho das Grutas 



O Caminho das Grutas é uma trilha de baixo grau de dificuldade, onde os visitantes passam pelas principais grutas do parque. Pela ordem: Morcegos (segunda maior gruta de gnaisse do Brasil, que é um tipo de rocha); Luiz Fernandez (em homenagem a um funcionário do barão Bom Retiro, articulador da retirada das fazendas para os trabalhos de reflorestamento); Belmiro (nome de um dos lugares que alguns escravizados frequentavam); Archer (em homenagem ao major responsável pelos trabalhos de reflorestamento); e Paulo e Virginia.


10. Capela Mayrink 



A capela cor-de-rosa foi construída em 1855 por Visconde Antônio Alves Souto, proprietário da Fazenda Boa Vista. Inicialmente, recebeu o nome de “Nossa Senhora de Belém”; em 1896, passou a se chamar capela Mayrink após a área ser vendida ao conselheiro Francisco de Paula Mayrink. No altar, há réplicas de telas de Cândido Portinari: “Nossa Senhora do Carmo com o Menino Jesus no Colo”, “São Simão Stock”, “São João da Cruz”; e o “Purgatório”. Os originais estão guardados no Museu Nacional de Belas Artes. Funciona das 14h às 16h.


Acesse  o site Parque Nacional da Tijuca ou Instagram / Parque Nacional da Tijuca.


Raio x do parque

- Ocupa 3% da área territorial da cidade do Rio

- Foi criado em 6 de julho de 1961

- Recebeu o nome de Parque Nacional da Tijuca em fevreiro de 1967

- Parque se divide em quatro setores: Floresta, Serra da Carioca, Pedra da Gávea e Pedra Bonita, Pretos, Forros e Covanca

- Parque é um laboratório ao ar livre: em média, são autorizadas cerca de 70 pesquisas no parque

- De 2014 até hoje, 33 mil muda nativas foram replantadas

Curiosidade

O primeiro nome dado à Unidade de Conservação, em 1961, foi o de Parque Nacional do Rio de Janeiro, com 33 km² de área. Seis anos depois, em 8 de fevereiro de 1967, o nome foi definitivamente alterado para Parque Nacional da Tijuca. Em 4 de julho de 2004, um decreto federal ampliou os limites do Parque para 39,51 km², incorporando locais como o Parque Lage, Serra dos Pretos Forros e Morro da Covanca.