Peru

Lima: uma mostra do que se ver na capital peruana às vésperas do Pan

Jogos do Pan- Americano 2019 começam na próxima sexta-feira, dia 26

Ter, 23/07/19 - 03h00

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O primeiro dia em Lima é de reconhecimento. O receptivo Viajes Pacífico (vipac.pe) oferece city tour panorâmico, com paradas estratégicas, para apresentar Lima ao turista. A princípio, a capital peruana é, como toda grande cidade da América Latina, uma profusão de pedestres e carros. 

A primeira parada é na praça do Amor, onde a primeira visão é a escultura do peruano Victor Delfim, um declarado admirador do colombiano Botero e do espanhol Gaudí, que retratou, em sua obra, uma de suas quatro mulheres em um espaço ajardinado à moda do Park Guell, em Barcelona. 

No passeio panorâmico, descortina-se o charmoso bairro de Miraflores, com suas ruas largas e prédios que misturam os estilos espanhol e colonial. Sempre ameaçada pelos terremotos, boa parte das construções do século XVI desabaram com os sismos de 1687 e 1746. 

MirafloresVisitar Lima e não passar por Miraflores e San Isidro é como visitar o Rio de Janeiro e não ir à zona Sul. Foi em Miraflores, informa o guia Miguel Colanz, que se instalaram, no século XVI, os espanhóis, transformando a área com casas de veraneio. 

Curiosamente, a cidade foi erguida em um morro, de costas para o oceano Pacífico, já que a elite da época não se afeiçoava às praias. É hoje a zona turística com os melhores hotéis, restaurantes e baladas. Mas, de repente, você se depara com Huaca Puccllana, um sítio arqueológico no meio do bairro. 

 

Centro histórico

Para se conhecer a essência de Lima, um passeio à antiga Cidade dos Reis é obrigatório. Não é uma zona totalmente segura, por isso é recomendável ir acompanhado de guia. A parada é na Plaza Mayor (ou Plaza de Armas), onde a cidade foi fundada, em 18 de janeiro de 1535, pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro.

Ali estão a catedral, de 1655, construída sobre um templo inca; o palácio do Arcebispo, de 1924, em estilo neoclássico; a prefeitura, de 1946; o palácio de governo, de 1930, antes o palacete de Pizarro; o Clube da União, de 1944; e a fonte de 1651, cada um numa lateral da praça. Próximo dali está o complexo de São Francisco. 

Antes de ir à praça, compensa dar uma caminhada pelo centro histórico, na rua Jirón de La Unión, que liga a praça San Martin à Plaza Mayor, para perceber as in- fluências europeia e árabe. Próximo à área central, há um chamariz a mais para os brasileiros, os armazéns que viraram um mercado popular, Polvos Azules.

Pelo centro histórico – e até em Miraflores e San Isidro –, o turista se depara com comércio típico peruano: as tifas (restaurantes chineses com produtos peruanos), pollerias (ambulantes que vendem frangos) e boticas (farmácias). A lei permite que os ambulantes vendam ervas (emolientes). No Peru, compensa comprar ouro, prata, roupas, alpaca e algodão.

 

Museu Larco Herreira

Cinco mil anos de história dentro de um museu

Larco Herrera é passagem obrigatória para o visitante que vai para o Vale Sagrado. É uma aula de história inca e pré-inca, que explica a formação do povo peruano. Por volta de 1900, o fazendeiro Rafael Larco Herrera se apaixonou pela cultura moche (1200-1700) e colecionou peças arqueológicas, hoje reunidas em um museu. 

Coube ao filho de Herrera, Larco Hoyle, construir a linha do tempo da cultura peruana usada até hoje. Na década de 50, ele comprou um casarão do século XVIII, construído sobre um santuário pré-hispânico, restaurou e montou um museu.

O espaço explica, através de mapas, peças, vestimentas, estátuas, cerâmicas, enfeites, adornos, oferendas e objetos, os hábitos, os costumes e a organização social, política e econômica das civilizações pré-incas. 

Além das peças em exposição nas galerias, o turista ainda pode visitar um depósito com 45 mil artigos armazenados. O museu guarda ainda objetos de ouro únicos em sua espécie, que pertenciam aos imperadores incas. 

Escondida, uma das alas do museu costuma chamar muito a atenção, tanto pelo seu conteúdo quanto pelas reações inusitadas de quem a visita. A sala destinada às artes eróticas das culturas antigas do Peru mostra peças curiosas que contam um pouco da relação dos povos pré-incas e inca com seus corpos.

 

Igrejas de Lima

Patrimônio da Humanidade

A catedral, com suas torres gêmeas, tem cinco naves e dez capelas. As maiores atrações são o Cristo Moreno e o túmulo de Francisco Pizarro. O curioso é perceber que o templo, praticamente um museu, embora pareça ter sido erguido com pedras, foi construído em madeira. Próximo dali, o Complexo de San Francisco tem igreja, duas capelas e convento. Os pontos altos da visitação são o pátio do convento, com azulejos de Sevilha, e as catacumbas em estreitos túneis subterrâneos. Paga-se 10 soles (R$ 11,39) para visitar catedral ou convento.

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