Reza a lenda que "o trem corre na veia de todo mineiro". Disseminado para o escoamento das riquezas minerais no passado, o transporte ferroviário está arraigado à história econômica, política e social de Minas Gerais. Um Estado que, mesmo no auge da decadência desse meio de locomoção no país, manteve ativo o trecho Vitória- Minas, de transporte de cargas e passageiros; assim como a maria-fumaça de Tiradentes a São João del Rei, para permitir o trânsito de passageiros entre as duas cidades, e que se consistiu num embrião dos atuais trens turísticos, com a demanda natural dos visitantes à região.
Com o resgate do trem como atração turística no país, Minas é o Estado que mais tem a mostrar aos visitantes, aos transportá-los entre cidades centenárias e com importantes patrimônios culturais. Seus trajetos reativados perfazem as principais cidades históricas do Estado, a exemplo dos trechos Ouro Preto a Mariana e São João del Rei a Tiradentes, geridos pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), integrante do grupo Vale.
Além disso, há o trem que liga São Lourenço a Soledade, no Circuito das Águas, e o que vai da cidade de Passa Quatro ao alto da serra da Mantiqueira, na divisa de Minas Gerais com São Paulo, onde foram travados os mais importantes combates da Revolução de 32.
Desenvolvimento
Para incrementar os trajetos, o governo de Minas criou um grupo de trabalho formado pelas secretaria de Estado de Turismo, de Estado da Cultura e de Estado de Obras Públicas e o Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/ MG).
"O grupo atua no sentido de desenvolver produtos agregados turísticoculturais, de preservar o patrimônio cultural e de imprimir mais possibilidades de vivências ao turista", informa a superintendente de Fomento e Desenvolvimento do Turismo, da Secretaria de Estado de Turismo, Jussara Rocha. "O trem é um meio de transporte que remete à mineiridade", conclui a superintendente, que pretende garantir a preservação desse patrimônio.