São Paulo - Provavelmente você deve ter visto nas redes sociais nesta quinta-feira (3/7) que agora nós estamos mais próximos do ano de 2050 do que de 2000, período que marcou o início do século. A degradação do planeta e as múltiplas crises que vivemos, sejam elas ambientais, sociais, sanitárias e econômicas, reforçam a necessidade de olharmos para os próximos 25 anos com mais cuidado e atenção.
Pensando no futuro, a Natura reuniu jornalistas nesta sexta-feira (4/7), em São Paulo, para apresentar o plano de regeneração da marca nos próximos 25 anos. Entre os objetivos para 2050, está o desejo de transformar as embalagens e cosméticos em produtos sustentáveis e com menos impacto ambiental.
“Todo o plástico que a gente usou desde a sua origem ainda está aí. Então a gente precisa pensar em novos caminhos. A gente ainda não tem boas tecnologias para isso, mas o tempo resolve tudo”, afirma Ângela Pinhati, diretora de sustentabilidade.
Além de transformar 100% dos plásticos das embalagens em renováveis, a Natura também deseja ter 100% dos fornecedores comprometidos com práticas regenerativas até 2050.
“A data de hoje para nós é bastante importante porque nós estamos assumindo um compromisso público de nos tornar até 2050 uma empresa regenerativa. Para nós significa que geraremos ao mesmo tempo resultados positivos financeiros, ambientais, humanos e sociais. É uma obrigação moral, e a iniciativa privada tem a obrigação de cumprir com isso”, explica João Paulo Ferreira, CEO da Natura.
A Amazônia
A Natura também está presente na Amazônia há 20 anos, e produtos da linha Ekos, por exemplo, são extraídos de ingredientes de origem natural e renovável. Outro plano da marca é potencializar essa parceria e contribuir para a melhoria da infraestrutura da região, respeitando a economia circular, em que insumos são inseridos de maneira sustentável e resíduos são recuperados.
Até 2030, a empresa também pretende “contribuir com a proteção de 3 milhões de hectares da Floresta Amazônica (partindo de 2 milhões em 2020) e estender a parceria para 45 comunidades agroextrativistas (de 34, em 2020).
Inclusão
Para além da preocupação com a sustentabilidade, o programa de inclusão da Natura também prevê mudanças significativas para os próximos 5 anos, como:
- Garantir que 30% dos cargos de gerência sejam ocupados por pessoas de grupos sub-representados: pessoas neurodivergentes, indígenas, LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência.
- Garantir 25% de pessoas negras em cargos gerenciais a partir de 2025 e 30% a partir de 2030.
Jessica Silva, co-CEO do Sistema B Brasil, organização que atrai e capacita empresas que desejam incorporar práticas sustentáveis, inclusivas e responsáveis nas operações, é essencial que as metas para o futuro saiam do papel desde já:
“Quando você está pensando em metas de longo prazo, o cuidado que você tem que ter é que elas não se percam de vista. Então, a gente acaba esquecendo do compromisso de curto prazo para resolver daqui a mais de 25 anos. Então eu preciso olhar para o futuro, mas conectá-lo com o presente.”
Repórter enviada para São Paulo a convite da Natura