Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump e uma das vozes mais influentes da ultradireita no mundo, saiu da prisão na madrugada desta terça-feira (29/10), segundo o "The New York Times". Sua libertação ocorre a uma semana das eleições que podem colocar o ex-presidente novamente na Casa Branca.
"Não estou quebrado, estou fortalecido", disse ele, ainda de acordo com o jornal americano, em uma entrevista após sair da cadeia em Danbury, Connecticut.
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Ele estava preso no local desde o início de julho deste ano, cumprindo uma pena de quatro meses de prisão após se recusar a entregar documentos e testemunhar perante um comitê da Câmara que investigava a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, no dia 6 de janeiro de 2021.
Bannon disse não estar arrependido pela recusa, mesmo após a detenção. "Se você não está preparado para ir para a prisão para lutar pelo seu país, você não está preparado para lutar pelo seu país", afirmou, no mesmo tom desafiante com o qual entrou na penitenciária.
Na ocasião, ele se autodenominou um "prisioneiro político" e disse que seus seguidores espalhariam sua mensagem enquanto ele cumpria sua sentença. "Estou orgulhoso de ir para a prisão hoje", afirmou em julho, cercado de apoiadores. "Não apenas não tenho nenhum arrependimento, estou orgulhoso do que fiz".
O papel de Steve Bannon nas eleições dos EUA
Seu retorno pode ser um elemento decisivo em uma corrida que está acirrada. Os apoiadores de Trump esperam que Bannon possa fazer a diferença na semana final, aumentando o entusiasmo na base do partido e persuadindo eleitores a votar.
Nesta terça, ele afirmou que deve haver uma batalha legal após o pleito que poderia durar semanas ou meses. "Se as pessoas acham que a política americana foi divisiva antes, vocês não viram nada", disse ele.
Bannon foi um conselheiro-chave na campanha presidencial de Trump em 2016, depois serviu como seu principal estrategista na Casa Branca em 2017 antes de uma desavença entre eles que mais tarde foi resolvida.
O americano criou um projeto chamado "O Movimento", para unir líderes populistas de direita pelo mundo. No Brasil, ele é próximo da família Bolsonaro e chegou a nomear o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, como seu representante no país.
Ele já afirmou que Jair Bolsonaro é um "grande herói", fez insinuações sobre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse ter fascínio pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Este não é o processo mais grave em que Bannon está envolvido. Ele foi preso em agosto de 2020 sob acusações de fraude, lavagem de dinheiro e conspiração devido a irregularidades na arrecadação de recursos para construir o muro que separa EUA e México, bandeira de campanha de Trump.
O estrategista pagou fiança de US$ 5 milhões (cerca de R$ 28 milhões) e foi liberado em seguida, para responder em liberdade. Em 20 de janeiro de 2021, horas antes de passar o cargo de presidente para o democrata Joe Biden, Trump concedeu, durante a madrugada, perdão presidencial a Bannon e a outros 142 aliados.
(Folhapress)