Uma infestação da serpente arbórea marrom coloca a ilha de Guam, situada no oceano Pacífico e pertencente aos Estados Unidos, em uma séria crise ambiental.
A espécie se tornou predominante após a Segunda Guerra e já conta com uma população estimada em cerca de 2 milhões de cobras. O impacto sobre a fauna da ilha é devastador: 10 das 12 espécies nativas de aves já foram extintas.
A perda dessas espécies não apenas compromete a biodiversidade, mas também coloca em risco o equilíbrio ecológico da região, que depende da interação entre plantas e animais.
As aves extintas desempenhavam, por exemplo, importante papel para dispersar sementes. A extinção delas representa ameaça para mais de 70% da vegetação da ilha.
Em entrevista à BBC, Henry Pollock, diretor executivo da Fideicomiso de Tierras de las Llanuras del Sur, organização que estuda a ecologia de Guam, disse que "essas serpentes comem qualquer coisa que encontram – inclusive umas às outras". "Além de predar aves, também competem com outras espécies por recursos, alterando o ecossistema de forma devastadora”, afirmou.
A serpente arbórea marrom é originária da Austrália e de Papua Nova Guiné. Ela se adaptou rapidamente ao ambiente de Guam, onde não possui predadores naturais.