O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas ao presidente do Azerbaijão pela queda de um avião comercial no espaço aéreo russo, que matou 38 pessoas. No entanto, ele não afirmou que a Rússia era a responsável. O acidente na última quarta-feira (25/12) ainda deixou 29 feridos. 

Neste sábado (28/12), o Kremlin divulgou uma declaração informando que Putin havia conversado com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, por telefone. "O (presidente) Vladimir Putin pediu desculpas pelo trágico incidente ocorrido no espaço aéreo russo e mais uma vez expressou suas profundas e sinceras condolências às famílias das vítimas e desejou uma rápida recuperação aos feridos", disse o comunicado.

Putin ainda admitiu que o sistema antiaéreo russo estava ativo no dia do acidente. "O avião do Azerbaijão tentou pousar no aeroporto de Grozny. Neste mesmo momento, as cidades de Grozny, Mozdok e Vladikavkaz estavam sendo atacadas por drones de combate ucranianos, e o sistema de defesa aérea russo repeliu os ataques". No entanto, o presidente russo não indicou se o avião foi atingido pelos mísseis russos. 

Do outro lado, o presidente do Azerbaijão indicou também neste sábado (28) a Putin que o avião da Azerbaijan Airlines foi impactado por "interferência física e técnica externa".

"O chefe de Estado destacou que os múltiplos buracos na fuselagem do avião, os ferimentos sofridos pelos passageiros e tripulantes (…) e os testemunhos (…) confirmam os indícios de interferências físicas e técnicas externas", disse a Presidência em um comunicado.

Investigação 

A vice-presidente da União Europeia, Kaja Kallas, reiterou neste sábado a necessidade de lançar uma investigação internacional independente.  Kallas chama este incidente de "lembrete forte" do voo MH17 da Malaysian Airlines, que foi derrubado por um míssil lançado por rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia em 2014.

O avião Embraer 190 da Azerbaijan Airlines, com 67 pessoas a bordo, fazia um voo na quarta-feira de Baku, capital do Azerbaijão, para Grozny, capital da República da Chechênia, em território russo. As autoridades do Cazaquistão relataram 38 mortes. (Com informações da AFP)