O japonês Takeru Kobayashi, de 46 anos, conhecido como o 'Rei da Alimentação Competitiva do Japão', anunciou que vai se aposentar por não sentir mais vontade de comer. O homem ficou mundialmente conhecido por quebrar recordes considerados absurdos: Em 2012, ele comeu 110 cachorros-quentes em apenas 10 minutos durante uma competição em Nova York.


O anúncio da decisão foi divulgado no documentário da Netflix 'Hack Your Health: The Secrets of Your Gut' (Hackeie sua saúde: os segredos do seu intestino), em que ele participou. A aposentadoria também é noticiada pela imprensa japonesa e mundial. 


Na produção, Takeru Kobayashi relata que não sente mais fome. A esposa do competidor também afirmou que ele já ficou até três dias sem comer.


“Quando você come demais, você perde a capacidade de sentir o cheiro da comida e também ignora os sinais do seu corpo, como sentir-se satisfeito”, disse Kobayashi. O japonês também confessou que sente "medo" e acredita que o cérebro não está "saudável".


O documentário explica que a perda de apetite de Takeru está relacionada com a sua mente.  Quando Kobayashi vê comida, todas as áreas de seu cérebro relacionadas à alimentação, comida, náusea e saciedade são ativadas.


A neuropsicóloga Annie Gupta, que participa da produção, explicou que o cérebro do japonês "ainda pensa que ele está competindo, num estado de comer alimentos altamente processados".


Os recordes de Takeru Kobayashi:


Takeru  ficou mundialmente conhecido aos 23 anos, quando participou de um concurso gastronômico japonês, onde consumiu 60 pratos de sushi, 2,7kg de batatas e 16 tigelas de ramen, de uma só vez.


Ele também ganhou seis títulos do concurso Nathan's Hot Dog Eating Contest, em Nova York, e até engoliu 64,5 cachorros-quentes de uma vez. Ele também já devorou 110 hot-dogs em 10 minutos.


Os recordes geraram para o japonês valores milionários. Ele chegou a ganhar cerca de R$ 3,3 milhões ( US$ 650 mil) por ano, no auge das competições. Mesmo assim, a decisão de Takeru Kobayashi de se afastar dos concursos parece irreversível:


“Quero viver uma vida longa e saudável, por isso decidi abandonar os concursos de alimentação competitivos. Há 20 anos estou nesta área. Preocupo-me com as consequências da minha decisão, mas o mais importante é que quero reparar o meu cérebro e o meu intestino", afirmou para o documentário.