Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelense liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, anunciou sua renúncia neste domingo (9 de junho), na sequência de desentendimentos com o premiê sobre um cenário pós-guerra na Faixa de Gaza.
"[Benjamin] Netanyahu está nos impedindo de avançar para uma vitória real. E é por isso que deixamos o governo de emergência, com o coração pesado", disse Gantz, de 65 anos, em um discurso transmitido pela televisão.
O então ministro do gabinete de guerra anunciou sua renúncia depois de não conseguir que Netanyahu aprovasse um plano pós-guerra para Gaza, para o qual ele emitiu um ultimato ao premiê em 18 de maio.
Gantz, que também já foi ministro da Defesa, exigia que o gabinete de guerra adotasse um "plano de ação" sobre o cenário pós-guerra na Faixa de Gaza, sem o qual ele seria "forçado a renunciar ao governo". Ele havia definido 8 de junho como prazo.
O ex-líder do partido União Nacional (centro) aparece como favorito para formar um governo de coalizão caso Netanyahu caia e eleições antecipadas sejam convocadas.
Sua renúncia, no entanto, não ameaça derrubar o governo, uma coalizão que inclui partidos religiosos e ultranacionalistas.
Mas representa o primeiro golpe político para Netanyahu, oito meses após o início da guerra contra o Hamas em Gaza.
Minutos após o anúncio, Netanyahu instou Gantz a não "abandonar" a luta. "Israel está envolvido em uma guerra existencial em várias frentes. Benny, não é o momento de abandonar a luta, é o momento de unir nossas forças", escreveu o primeiro-ministro na rede social X.
Gantz havia anunciado que daria uma coletiva de imprensa no sábado à noite, mas esta foi cancelada depois que o Exército israelense anunciou a libertação de quatro reféns durante uma operação militar no centro de Gaza.
O Ministério da Saúde do governo do Hamas indicou que pelo menos 274 pessoas morreram durante a operação. "Ainda há muitos reféns que não conseguimos trazer para casa. Também é minha responsabilidade", lamentou Gantz durante seu discurso na televisão. (AFP)