A prática de preservar os corpos dos papas após a morte é uma tradição no Vaticano, visando permitir que os fiéis prestem suas últimas homenagens, como com o papa Francisco (1936-2025), embalsamado para os ritos do velório. No entanto, o processo de conservação do corpo do papa Pio XII, realizado em outubro de 1958, não teve o resultado esperado e acabou em um desastre.
O episódio ocorreu em Castel Gandolfo, na Itália, onde o antigo pontífice morreu de parada cardíaca. O médico Riccardo Galeazzi-Lisi tentou uma técnica de preservação inovadora, que não envolvia a remoção dos órgãos, conforme o desejo do papa. No entanto, a combinação dessa técnica com o calor do início de outono levou à rápida decomposição do corpo, que "explodiu" devido ao acúmulo de gases.
Este evento não é apenas uma curiosidade macabra na história do Vaticano, mas também um alerta sobre os riscos de práticas inadequadas de embalsamamento. Rachael Funnell, em seu artigo "The Exploding Pope: What Happens When Embalming Goes Wrong?", ressalta que o incidente ilustra as consequências de desviar dos métodos tradicionais de preservação.
A tentativa de Galeazzi-Lisi de manter os órgãos internos sem a devida preservação criou condições ideais para a decomposição acelerada. A prática de embalsamamento, apesar de ter evoluído desde 1958, ainda exige um equilíbrio entre respeitar os desejos do falecido e assegurar uma preservação digna e segura. O método utilizado por Galeazzi-Lisi não foi mais empregado em outros pontífices.