Autoridades iranianas ampliaram o banimento do chamado dog walking — passeio de cães — de Teerã para ao menos 18 cidades. O argumento oficial foi a preservação da “saúde pública, ordem social e segurança”, embora muitos enxerguem um viés moral e cultural nesse movimento.
📌 O que foi decidido
- Prefeituras proibiram atividades como passeios em parques, ruas ou transporte de cães em veículos.
- Violadores enfrentam advertência, multas, apreensão do animal ou mesmo prisão, dependendo da cidade.
- O banimento segue decreto policial que, em 2019, já restringia o dog walking em Teerã.
- As cidades abrangidas incluem Isfahan, Hamadan, Ilam, Kermanshah, Kerman e outras.
⚖️ Motivações e contexto histórico
- Autoridades citam preocupações sanitárias, distúrbios públicos e riscos à segurança.
- Cães são considerados “najis” (impuros) por correntes do islamismo xiita — o que reforça o aspecto religioso da medida.
- O aiatolá Khamenei declarou em 2017 que manter cães por motivos que não sejam caça, vigilância ou pastoreio é “repreensível”.
- Alguns promotores citam a influência da cultura ocidental e um “modo de vida destrutivo” como justificativa moral.
🐶 Reações e resistência
- Grupos de donos protestam: “mais de 2 milhões de cães abandonados precisam de cuidados”, afirmou um usuário no X.
- Reportagens registram casos de apreensão e até maus-tratos em nome da fiscalização.
- Especialistas classificam o banimento como parte de uma tentativa de “controle do espaço público e reafirmação de valores tradicionais”.
🔍 Por que isso importa
- Reflete a tensão entre normas religiosas conservadoras e novas demandas por direitos civis e liberdade individual.
- Mostra como a pandemia impulsionou a afeição por animais domésticos e mudou hábitos urbanos.
- Ilustra o embate entre visões opostas sobre o que é “público” e “privado” em uma sociedade em transição.