Vishwashkumar Ramesh, 40 anos, britânico de origem indiana, foi o único sobrevivente da queda do voo AI171 da Air India, que deixou mais de 270 mortos ao cair logo após decolar do aeroporto de Ahmedabad.

O avião, um Boeing 787-8 Dreamliner, caiu cerca de 30 segundos após a decolagem no último dia 12 de junho, atingindo parte do campus da faculdade de medicina B.J. Medical College. O impacto e o incêndio subsequente mataram os 230 passageiros e 12 tripulantes a bordo, além de dezenas de pessoas que estavam no prédio atingido.

Sentado na poltrona 11A, localizada na saída de emergência, Ramesh contou que sentiu o avião "parar no ar" logo antes da queda. As luzes piscaram e, em segundos, tudo virou um caos. Milagrosamente, a seção onde ele estava ficou relativamente preservada.

"Eu só pensei: se eu ficar aqui, vou morrer queimado", relatou ao New York Times. Mesmo com queimaduras na mão e ferimentos no peito e no pé, conseguiu se desamarrar, abrir a saída e escapar dos destroços antes que o fogo se alastrasse completamente.

Morador de Londres, Ramesh estava na Índia para visitar parentes. Agora hospitalizado, ele é acompanhado por uma equipe médica e psicológica, sob forte comoção nacional. "É um milagre. Não há outra palavra", disse o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que visitou o local do acidente e se encontrou com o sobrevivente.

A tragédia com o voo AI171 representa o pior desastre aéreo da Índia em quase 30 anos e o primeiro acidente fatal envolvendo um Boeing 787 desde sua entrada em operação em 2011. As causas ainda estão sendo investigadas, com participação da autoridade indiana (DGCA), da NTSB (EUA) e da AAIB (Reino Unido).

As caixas-pretas foram recuperadas e especialistas investigam hipóteses como falha de motor, erro humano e problemas técnicos nos flaps ou trem de pouso. Enquanto isso, a Air India recebeu ordens para revisar toda a sua frota de Dreamliners.

Fonte: The New York Times, Times of India, BBC, People