Um casal foi condenado na última semana pela morte de sua filha recém-nascida, após se recusarem a buscar atendimento médico para a criança. Joshua e Rachel Piland, considerados ultrarreligiosos, rejeitaram recomendações médicas em fevereiro de 2017, quando a bebê Abigail apresentou sinais de icterícia. A criança morreu três dias após o parto.
A sentença foi proferida por um tribunal do condado de Ingham, em Michigan, Estados Unidos, após um julgamento que durou três semanas. Segundo informações da revista PEOPLE, um juri considerou o casal culpado das acusações de homicídio em segundo grau e abuso infantil em primeiro grau. A pena mínima estabelecida é de 20 anos de reclusão.
Sandra McCurdy, parteira que acompanhou o parto domiciliar realizado em 6 de fevereiro de 2017, identificou sinais de icterícia na bebê no dia seguinte ao nascimento e recomendou que os pais procurassem assistência médica com urgência. Apesar do alerta, o casal se recusou a levar a criança ao hospital.
Quando alertada sobre a condição da filha, Rachel respondeu que "eles não procurariam assistência médica porque Abigail estava bem e 'Deus não comete erros'". Joshua concordou com a decisão da esposa.
Abigail morreu com apenas três dias de vida. As investigações apontaram que a causa da morte foi o alto nível de bilirrubina no cérebro da bebê, condição que poderia ter sido tratada com intervenção médica adequada.
A policial Stacey Browe, que compareceu à residência da família após o falecimento e relatou que, mesmo mais de nove horas depois da morte de Abigail, o casal e seus amigos ainda estavam "rezando pela criança". No interrogatório policial realizado no dia seguinte à morte da bebê, Joshua afirmou que "acredita que Deus curará qualquer problema de saúde e que eles 'vão se recuperar'".
O pai da recém-nascida também declarou à polícia que não teria agido de forma diferente. "Se eu tivesse a escolha entre entregar minha filha a homens com as melhores intenções e as mais altas habilidades do mundo, eu ainda colocaria a vida da minha filha nas mãos do meu Senhor Salvador Jesus Cristo", disse em interrogatório.
Joshua e Rachel foram condenados a cumprir uma pena mínima de 20 anos. Após o prazo, o casal estará elegível para solicitar o regime condicional. A pena máxima de prisão para os dois foi determinada em 45 anos.