O suposto assassino de uma congressista de Minnesota e seu marido foi às casas de quatro políticos democratas na noite em que os matou, disse um promotor federal nesta segunda-feira (16).

A polarização política é grande nos Estados Unidos, sobretudo desde que o republicano Donald Trump voltou ao poder em janeiro com uma política dura contra a imigração irregular e insultos frequentes aos seus adversários políticos.

Vance Boelter, de 57 anos, enfrenta seis acusações federais, incluindo duas de homicídio com arma de fogo, e pode pegar "prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte", disse o promotor Joe Thompson em uma coletiva de imprensa em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos.

A violência começou no sábado de madrugada ao abrir fogo contra o senador estadual John Hoffman e sua esposa e terminou com o assassinato da congressista Melissa Hortman e seu marido, mas ele foi a outras duas casas, disse Thompson.

Usando colete à prova de balas e máscara de silicone, ele foi à residência de um político em Maple Grove, um subúrbio de Minneapolis, mas não encontrou ninguém, afirmou.

Em seguida, foi para uma casa no bairro vizinho de New Hope, mas foi embora após ver um policial. "Os detalhes dos crimes de Boelter são realmente assustadores", disse Thompson.

"Foi um assassinato político, uma palavra que não usamos com frequência nos Estados Unidos, e ainda menos aqui em Minnesota", destacou o promotor.

Boelter "caçava suas vítimas como se fossem presas. Ele ia às suas casas, fingia ser um agente de polícia e atirava nelas a sangue frio", declarou.

Após 48 horas de perseguição, o suspeito foi preso na noite de domingo em uma área rural cerca de uma hora de carro a sudoeste de Minneapolis, onde os assassinatos ocorreram, de acordo com a polícia e as autoridades estaduais.

Foi encontrado um caderno com os nomes de outros congressistas e possíveis alvos.

Boelter compareceu a uma audiência em um tribunal federal em Saint Paul, que ordenou que ele permaneça detido até a nova audiência em 27 de junho e lhe designou um advogado público.

Esses atos de violência não ficarão impunes", afirmou em comunicado a procuradora-geral Pam Bondi, que prometeu "graves consequências" em caso de condenação.

Nem ela nem o promotor esclareceram se pedirão pena de morte.

A violência política tem aumentado nos últimos anos nos Estados Unidos.

O próprio Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 2024 durante um comício, e as forças de segurança frustraram uma segunda tentativa.

A casa do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, foi incendiada este ano.

Um agressor com um martelo atacou em 2022 o marido da então presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.