John Sarawanskyj, de 52 anos, está sendo julgado pelo Tribunal de Liverpool pelo assassinato de seu pai Ivan Sarawanskyj, de 73 anos, após supostamente tê-lo espancado em sua residência em Southport. O crime ocorreu em 22 de dezembro de 2024, quando o idoso sofreu o que a acusação descreve como um "ataque deliberado e sustentado".

O promotor Nick Johnson apresentou ao júri, composto por cinco homens e sete mulheres, detalhes sobre o caso. "No domingo, 22 de dezembro do ano passado, este réu chutou e espancou seu pai de 73 anos até a morte na própria casa dele, desferindo múltiplos golpes na cabeça, no peito e no abdômen", afirmou Johnson, segundo o Daily Star.

Segundo a acusação, o filho causou 46 ferimentos externos apenas na cabeça e pescoço do pai, incluindo fraturas ósseas e lacerações. O acusado também quebrou várias costelas e o esterno da vítima, fraturou extremidades ósseas da coluna vertebral e provocou extensos ferimentos internos.

Morte e suposto abuso de cachorro teria motivado o crime

A acusação aponta que a morte de Zeus, o buldogue americano de John, em setembro de 2024, deixou o filho "profundamente chateado" e alimentou um "desejo de vingança", após ele acusar o pai de conspirar com veterinários para envenenar o animal.

Russell Moss, que prestou depoimento na segunda-feira, confirmou que a morte do cão foi quando os problemas começaram e concordou que "John acreditava que seu pai havia envenenado seu cachorro ou feito algo para prejudicar Zeus". Ele também falou que o filho teria acusado o idoso de realizar atos sexuais com o buldogue francês e o agredido anteriormente.

Testemunha encontrou idoso ferido

Durante o interrogatório, Moss, considerado testemunha no caso por ter visitado a casa da vítima no dia do crime, descreveu o idoso como sendo "muito bem quisto na cidade" e "sempre um homem agradável".

Ele relatou que havia ficado na residência dos Sarawanskyj em 20 de dezembro e lembrou que Ivan parecia normal, exceto por um "hematoma antigo em um olho". John teria minimizado o fato, alegando que o pai havia "caído de cara no chão".

Quando Moss retornou por volta do meio-dia de 22 de dezembro, encontrou o pai caído no chão com um olho roxo e sangue escorrendo da orelha. Naquele momento, John teria feito comentários insensíveis, afirmando que o pai havia "caído novamente" e usando termos depreciativos.

Ao sugerir que ajudassem o idoso ferido, John teria respondido: "Ele vai ficar bem, vai se levantar sozinho. Não dê atenção. Ele está bem. Ele vai ficar aí." Ivan recebeu um cigarro do filho e foi deixado no chão.

Confissão a vizinho

Mais tarde naquele mesmo dia, Moss retornou à propriedade e encontrou John em estado "agitado" e "descontrolado", mas com £90 em dinheiro e alguns cartões de raspadinha, declarando que "queria £100 para comprar drogas". Ao ser questionado sobre a condição de seu pai, John respondeu que "não estava nem aí para ele".

O promotor Johnson informou ao tribunal: "Foi quando o Sr. Moss viu o falecido deitado entre a cama e a parede. O Sr. Moss imediatamente percebeu que algo grave havia acontecido. Ele entrou em pânico e quis sair, mas o réu disse que estava preocupado com seu cachorro e então empurrou o Sr. Moss contra a parede."

Por volta das 21h, Sarawanskyj bateu à porta de Christopher Caldwell, seu vizinho duas casas adiante, e supostamente confessou: "Ele está morto, meu pai. Eupulei em cima da cabeça dele. Eu não gostava dele mesmo."

Versões contraditórias do acusado

Inicialmente, John Sarawanskyj alegou não estar presente no local quando seu pai morreu, sugerindo que outra pessoa poderia ter cometido o crime ou que o idoso teria sofrido uma queda fatal. Agora, ele afirma que estava apenas se defendendo durante uma briga com o pai.

O promotor relatou que, após o crime, o acusado contou a amigos, vizinhos e à polícia que nem estava na casa no momento do ocorrido. John teria alegado que não teve problemas com o pai naquele dia e que Ivan era propenso a quedas, podendo ter causado os ferimentos sozinho.

Johnson destacou que o réu agora admite ter brigado com o pai, mas alega que agiu em legítima defesa. "No entanto, as evidências não apenas revelam que o réu não tinha ferimentos significativos, ao contrário dos ferimentos muito extensos no homem muito mais velho, mas também demonstrarão um ataque injustificado, deliberado e sustentado", argumentou o promotor.