Quase 800 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde 27 de maio quando tentavam obter ajuda, a maioria perto de postos da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Estados Unidos e Israel, informou a ONU nesta sexta-feira (11).
A GHF começou a distribuir caixas de alimentos em 26 de maio, após um bloqueio imposto por Israel por mais de dois meses, que impediu a entrada de qualquer ajuda humanitária no território, apesar dos alertas sobre o risco de fome.
Entre 27 de maio, início das operações da Fundação, e 7 de julho, "registramos 798 mortes, das quais 615 ocorreram perto das instalações da GHF", declarou em Genebra uma porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
"Estamos falando de quase 800 pessoas morreram enquanto tentavam obter ajuda", destacou Ravina Shamdasani. "A maioria dos ferimentos foi causada por balas", disse.
A ONU e as principais organizações humanitárias se recusam a trabalhar com a GHF, alegando que atende a objetivos militares israelenses e viola princípios humanitários básicos.
As distribuições da GHF levaram a cenas caóticas e o Exército israelense abriu fogo diversas vezes na tentativa de conter o fluxo de palestinos desesperados por ajuda.
A fundação, que contratou pessoal armado para manter a segurança em seus centros, nega que incidentes tenham ocorrido "perto" de seus quatro locais de distribuição.