A Rússia lançou mais de 620 drones e mísseis contra a Ucrânia neste sábado (12), onde intensificou os ataques nas últimas semanas, e deixou ao menos quatro mortos e vários feridos longe da linha de frente, segundo as autoridades locais.
A Força Aérea Ucraniana afirmou ter derrubado mais da metade dos artefatos: 25 mísseis e 319 drones. Um míssil e cerca de vinte drones atingiram "cinco locais", informou a Força Aérea, sem fornecer mais detalhes.
No geral, o oeste da Ucrânia não costuma ser alvo de ataques russos, em comparação com as áreas leste e sul, onde os combates se concentram. Mas os bombardeios deste sábado deixaram pelo menos dois mortos e vinte feridos na cidade ocidental de Chernivtsi, segundo o presidente ucraniano.
Outras seis pessoas, incluindo um menino de 11 anos, ficaram feridas em Lviv, também no oeste, segundo a administração regional.
As autoridades da cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, relataram seis feridos e as da região de Dnipropetrovsk, no centro do país, relataram duas mortes.
O Ministério da Defesa Russo afirmou ter realizado um “ataque agrupado” contra “empresas do complexo militar-industrial ucraniano” em Lviv, Kharkiv e Lutsk, e contra um aeródromo militar.
“Todos os alvos designados foram destruídos”, afirmou o ministério em um comunicado.
"Mais do que sinais"
Neste sábado, Zelensky pediu aos seus aliados que enviassem "mais do que sinais" para conter a Rússia, insistindo que "o ritmo dos bombardeios russos exige decisões rápidas e pode ser contido agora por meio de ações.".
O presidente pediu proteção contra aqueles "que ajudam a Rússia a produzir drones e lucrar com o petróleo", cujas exportações são cruciais para sua economia.
A União Europeia proibiu a importação de petróleo russo, mas continua comprando gás de Moscou.
Zelensky também instruiu seus aliados a fortalecerem sua defesa aérea.
A Rússia realizou os bombardeios deste sábado depois que os Estados Unidos reafirmaram seu apoio à Ucrânia. Na quinta-feira, Zelensky confirmou que o presidente Donald Trump havia divulgado “dados específicos” para a entrega de novas armas.
O presidente americano fez questão de fazer “uma declaração importante sobre a Rússia” na segunda-feira, após se declarar "enganado" com seu homólogo russo, Vladimir Putin, com quem mantém contato desde seu retorno à Casa Branca em janeiro.
A Ucrânia e vários políticos americanos, também do lado de Trump, impedem que o presidente imponha novas sanções contra a Rússia, algo que ele rejeita, alegando querer dar uma chance aos canais diplomáticos.
As negociações para encerrar o conflito estão estagnadas: o Kremlin rejeita a ideia de um cessar-fogo, exige que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas e desista de participar da Otan — condições inaceitáveis para Kiev.