O governo brasileiro emitiu uma nota de repúdio nesta terça-feira (15/7), criticando manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada dos Estados Unidos a respeito do Brasil. O Itamaraty chamou as declarações de “intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro”. 

Em publicação no X, nessa segunda-feira (14/7), o subsecretário para Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, chamou o Supremo Tribunal Federal (STF) de “Suprema Corte de Moraes” e disse que as tarifas de 50% impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros foram “consequências há muito esperadas” contra o STF e o governo Lula “por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio americano”. A embaixada dos Estados Unidos no Brasil repostou a publicação e reforçou a fala do subsecretário. 

President Trump sent a letter imposing long-overdue consequences on de Moraes' supreme court and Lula's government for their attacks on Jair Bolsonaro, freedom of expression, and American trade.

Such attacks are a disgrace and fall well below the dignity of Brazil's democratic… pic.twitter.com/jmwJbGDrpR

— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) July 14, 2025

Leia nota na íntegra:

“O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países.

No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países. A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação.”