A Marinha da Colômbia anunciou, nesta quarta-feira (2), a primeira apreensão de um narcossubmarino não tripulado no mar do Caribe, fabricado para ser guiado à distância, equipado com uma antena da Starlink e com capacidade para transportar 1,5 tonelada de cocaína.
O uso de semissubmersíveis pelos cartéis do narcotráfico para levar drogas a Estados Unidos e Europa é uma prática comum na Colômbia, o maior produtor de cocaína do mundo.
A embarcação foi encontrada perto da cidade de Santa Marta (norte) e não continha drogas em seu interior, mas a Marinha considera que os traficantes estavam realizando testes antes de sua utilização.
Imagens compartilhadas pelas autoridades mostram o narcossubmarino cinza com uma antena de satélite instalada na proa. Uma porta-voz da Marinha confirmou à AFP que a antena pertencia ao provedor de internet via satélite Starlink, de propriedade do empresário sul-africano Elon Musk.
Esta é a primeira vez que as autoridades informam sobre a apreensão de um submarino teleguiado.
A descoberta "reflete a migração para sistemas mais sofisticados não tripulados, que aumentam a capacidade de evasão [...] para dificultar seu rastreamento por radar e, inclusive, operar com autonomia parcial por parte de redes criminosas", disse, em coletiva de imprensa, o almirante Juan Ricardo Rozo, comandante da Marinha.
Fabricadas na Colômbia, essas embarcações rústicas e leves navegam na altura da linha d'água, percorrem distâncias mais longas que as lanchas rápidas e são difíceis de rastrear pelas autoridades.
A legislação colombiana pune com até 14 anos de prisão o uso, a construção, a comercialização, a posse e o transporte de semissubmersíveis.
A Colômbia concentra 67% dos cultivos de folha de coca do mundo, segundo a ONU.