Uma policial de 26 anos de Nova Orleans e reservista do Exército dos EUA morreu após complicações de um procedimento estético conhecido como BBL (Brazilian Butt Lift), realizado em Miami. A morte ocorreu no início deste ano, quando a Wildelis Rosa viajou à Flórida para celebrar seu aniversário, sem informar à família sobre seus planos de realizar a cirurgia plástica.

A irmã mais velha da vítima, Anamin Vazquez, relatou à NBC que Rosa havia retornado recentemente de uma missão no Kuwait. Em 19 de março, a policial realizou exames pré-operatórios na clínica Prestige Plastic Surgery, no sul da Flórida. No dia seguinte, médicos extraíram gordura de doze áreas de seu corpo para injeção na região glútea.

Três dias após o procedimento, Rosa comunicou sua família sobre a cirurgia. Vazquez percebeu que "algo estava errado" com a irmã. "Eu mandei uma mensagem para ela e disse: 'Espero que você esteja bem e aproveitando seu aniversário.' Mas não houve resposta", declarou Vazquez à emissora.

Na manhã de 23 de março, um amigo que acompanhava Rosa no imóvel alugado para sua recuperação a encontrou inconsciente após desmaiar no banheiro. As tentativas de reanimação não tiveram sucesso. O médico legista de Miami-Dade determinou que a causa da morte foi embolia pulmonar provocada por coágulos sanguíneos relacionados à cirurgia estética.

O amigo informou às autoridades que Rosa compareceu a uma consulta de acompanhamento no dia após a cirurgia, quando se queixou de "dor extrema". Durante sua recuperação, a jovem apresentou dificuldades para respirar e queda "drasticamente" acentuada da pressão arterial.

No dia anterior ao falecimento, Rosa mostrava sinais preocupantes: palidez, pupilas dilatadas, lábios arroxeados e perda de sensibilidade nas pernas e pés. Vazquez mencionou que sua irmã enviou mensagem a outro amigo na noite anterior à morte, relatando problemas com pressão arterial e circulação nos pés.

A irmã da vítima acredita que Rosa poderia ter sido salva se os sinais de alerta tivessem recebido atenção adequada. "É essa a parte com a qual temos que conviver porque foi desnecessário para ela morrer... morrer assim", afirmou Vazquez, lembrando que Rosa, a caçula entre cinco irmãos, sonhava trabalhar para o FBI.

Riscos do BBL

O Escritório do Médico Legista de Miami-Dade registrou 25 mortes relacionadas a complicações de procedimentos estéticos na região nos últimos três anos e meio, envolvendo diferentes médicos e clínicas.

O BBL existe desde os anos 1960, mas sua popularidade aumentou na década de 2010, impulsionada por tendências nas redes sociais e influência de celebridades. Entre 2014 e 2015, o número desses procedimentos cresceu 30%, segundo a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos.

Em 2024, cerca de 30 mil cirurgias de BBL foram realizadas nos EUA, correspondendo a 28% de todos os procedimentos estéticos no país. Esta intervenção apresenta uma das maiores taxas de mortalidade entre cirurgias estéticas, com aproximadamente um óbito a cada 15 mil pacientes desde a implementação de diretrizes de segurança em 2019, conforme a Biblioteca Nacional de Medicina.

As principais causas de morte associadas ao BBL são embolia gordurosa e tromboembolismo venoso, quando a gordura injetada atinge vasos sanguíneos e se desloca para os pulmões ou outros órgãos vitais.