As Avós da Praça de Maio localizaram o 140º neto desaparecido durante a ditadura militar argentina (1976-1983). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (7) pela organização, que revelará a identidade do homem em entrevista coletiva nesta tarde em Buenos Aires. A associação civil, fundada em 1977, busca parentes sequestrados e desaparecidos pelo Estado argentino durante o regime militar.

A organização divulgou um comunicado oficial convocando a imprensa para o evento. 

"Avós da Praça de Maio convocam a mídia para uma entrevista coletiva hoje, segunda-feira, 7 de julho, às 14h, para dar detalhes sobre a feliz notícia do encontro de um novo neto, o 140º. Esperamos vocês no auditório da Casa pela Identidade do Espaço Memória, na Av. Del Libertador 8151, CABA", informou a organização.

A descoberta integra o trabalho contínuo da associação que, há quase cinco décadas, identifica e reúne famílias separadas durante o período ditatorial. As Avós da Praça de Maio atuam em parceria com a Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (Conadi) para recuperar a verdadeira identidade de pessoas sequestradas quando bebês.

O encontro do 140º neto ocorre seis meses após a identificação da 139ª neta, em janeiro deste ano. Na ocasião, foi localizada a filha de Noemí Beatriz Macedo e Daniel Alfredo Inama, sequestrados em novembro de 1977, quando Noemí estava no sexto ou sétimo mês de gestação.

A entrevista coletiva acontecerá no Espaço Memória, antigo prédio da Escola de Mecânica da Armada (ESMA), que funcionou como centro de detenção e tortura durante a ditadura. Este é o mesmo local onde foi anunciada a descoberta da 139ª neta.

Em dezembro do ano passado, a organização havia localizado o 138º neto, filho de Marta Enriqueta Pourtalé e Juan Carlos Villamayor, desaparecidos em dezembro de 1976. 

As vítimas são filhos de pessoas sequestradas, torturadas e assassinadas durante o regime militar argentino. Mulheres grávidas detidas em centros clandestinos frequentemente tinham seus bebês roubados após o parto.

A organização estima que aproximadamente 500 filhos de pessoas desaparecidas foram sequestrados pelo governo militar argentino. O regime foi responsável pelo sequestro, tortura e assassinato de cerca de 30 mil pessoas, segundo dados de organizações de direitos humanos.

Com informações, La Nacion - Buenos Aires