O alto diplomata Liu Jianchao, 61, chefe de relações internacionais do Partido Comunista Chinês e visto como potencial futuro ministro das Relações Exteriores da China, foi detido por autoridades do país para interrogatório, segundo reportagem publicada na noite de sábado (9) pelo jornal americano The Wall Street Journal.

Jianchao foi levado após retornar a Pequim de uma viagem de trabalho ao exterior no final de julho, e o motivo de sua prisão ainda é desconhecido, segundo o WSJ, que atribui as informações a "pessoas familiarizadas com o assunto".

Líder do Departamento Internacional do partido desde 2022, o diplomata viajou para mais de 20 nações e se reuniu com autoridades de mais de 160 países nesse período. Seus compromissos públicos mais recentes foram visitas a Singapura, à África do Sul e à Argélia.

A detenção de Jianchao marca a investigação de mais alto nível envolvendo um diplomata desde que a China destituiu seu ex-ministro das Relações Exteriores e pupilo do líder Xi Jinping, Qin Gang, em 2023, apenas sete meses após nomeá-lo, por rumores de que ele manteve um caso extraconjugal enquanto era embaixador de Pequim em Washington.

Nascido na província de Jilin, no nordeste da China, Jianchao entrou no Partido Comunista Chinês e no Ministério das Relações Exteriores na década de 1980, mesmo período em que estudou relações internacionais na Universidade de Oxford. Destacou-se diante do público em 2008, como porta-voz do ministério durante as Olimpíadas de Pequim.

Depois, foi embaixador nas Filipinas e na Indonésia, e dirigiu vários órgãos regionais e nacionais responsáveis por implementar a campanha anticorrupção de Xi Jinping. No cargo atual, o diplomata tem viajado com mais frequência do que seu antecessor, incluindo idas aos Estados Unidos e a outros países ocidentais que os chefes anteriores do Departamento Internacional não costumavam visitar.

O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu aos pedidos de comentário do WSJ e da agência de notícias AFP. O Escritório de Informação do Conselho de Estado da China não respondeu à agência Reuters, que também entrou em contato com o Departamento Internacional do Partido Comunista Chinês e não obteve resposta.