Segurança aérea

Agência Europeia de Segurança Aérea recomenda 2 pessoas na cabine

Em uma recomendação temporária publicada em seu site, a EASA considera que as companhias têm de reexaminar os riscos

Por AFP
Publicado em 27 de março de 2015 | 16:56
 
 
 
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A Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) recomendou nesta sexta-feira que haja permanentemente dois tripulantes na cabine do piloto durante um voo, uma medida que várias companhias decidiram aplicar desde as primeiras evidências sobre a queda do Airbus A320 da Germanwings.
 
Em uma recomendação temporária publicada em seu site, a EASA considera que as companhias têm de "reexaminar os riscos (...) associados com a saída de tripulantes da cabine de comando por necessidades operacionais ou fisiológicas durante fases não críticas do voo".
 
A agência preconiza a presença de dois tripulantes na cabine do piloto durante um voo, incluindo ao menos um piloto com habilitação.
 
Ela indicou em um comunicado em seu site ter elaborado "esta recomendação com base nas informações atualmente disponíveis" sobre a catástrofe aérea que custou a vida de 150 pessoas, e no "aguardo dos resultados da investigação técnica realizada pelo Instituto francês de Investigação e Análise (BEA)".
 
"Esta recomendação será revista à luz que qualquer nova informação a respeito deste incidente", diz a agência com sede em Colônia, na Alemanha.
 
O objetivo é impedir que um piloto se encontre sozinho na cabine, e, desta forma, seja capaz de destruir sua aeronave em um movimento suicida, cenário considerado o mais provável na queda do A320, nos Alpes franceses.
 
Obrigatória para as companhias aéreas americanas, mesmo antes do desastre, esta disposição também estava em vigor nas empresas finlandesa Finnair, irlandesa Ryanair e espanhola Iberia.
 
"Enquanto ainda estamos em luto pelas vítimas, todos os nossos esforços estão focados em melhorar a segurança dos passageiros e membros da tripulação", declarou Patrick Ky, chefe da EASA.
 
Mesmo antes da publicação da recomendação da EASA, várias companhias aéreas europeias já haviam decidido aplicar esta medida à luz das primeiras evidências reveladas pela investigação sobre a queda do avião da Germanwings.
 
Neste sentido, o grupo Lufthansa, casa matriz da Germanwings, anunciou nesta sexta-feira que adotará a regra da permanência em todo momento de duas pessoas na cabine de seus aviões, em conformidade com o que foi decidido pela federação alemã do setor aéreo (BDL).
 
O Canadá decidiu na quinta-feira tornar obrigatória a presença de dois membros da tripulação na cabine, poucas horas depois da Air Transat e Air Canada decidirem agir voluntariamente neste sentido.
 
Portugal fez o mesmo nesta sexta-feira para os aviões de "todas as companhias aéreas" cuja sede é em território português, uma regra que entra "em vigor imediatamente".
 
Veja a lista das companhias que decidiram desde quinta-feira aplicar esta medida:
 
 
 
- Todas as companhias alemãs: Lufthansa, AirBerlin, Condor, TuiFly e DHL/European Air Transport Leipzig
 
- As companhias austríacas Austrian Airlines (filial do grupo alemão Lufthansa) e Flyniki (filial da Air Berlin)
 
- As britânicas EasyJet e Thomson Airways (TUI)
 
- As belgas Brussels Airlines (filial da Lufthansa), Jetairfly (TUI) e Thomas Cook
 
- As canadenses: Air Canada, Air Transat e WestJet
 
- A francesa Corsair International (TUI France)
 
- A companhia da Letônia AirBaltic
 
- As companhias nórdicas Norwegian Air Shuttle, SAS e Icelandair
 
- A suíça Swiss (filial da Lufthansa)
 
- Por su vez, Air France e KLM anunciaram nesta sexta-feira que irão implementar o quanto antes a recomendação da Agência europeia.
 
Até o momento, a EASA não impunha esta medida, mas preconizava que os pilotos deveriam permanecer na cabine durante todo o voo, menos em caso de necessidade fisiológica.
 
Nos voos de longa distância, o comandante de bordo é auxiliado por dois copilotos, e ao menos dois devem estar no cockpit.
 
O Airbus A320 da companhia alemã Germanwings, que voava de Barcelona a Dusseldorf, caiu na terça-feira nos Alpes franceses e matou as 150 pessoas que estavam a bordo.
 
A investigação, dirigida pela justiça francesa, se estendeu na quinta-feira à Alemanha depois que o promotor francês Brice Robin revelou que a catástrofe ocorreu provavelmente devido a um ato voluntário do copiloto.
 
Para o promotor, o copiloto aproveitou a ausência por alguns minutos do comandante do voo para se trancar na cabine e realizar as manobras para derrubar o avião.

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