Epidemia

Casos de ebola podem chegar a 10 mil por semana, diz OMS

Organização afirmou também que o índice de mortalidade da doença subiu de 50% para 70%


Publicado em 15 de outubro de 2014 | 03:00
 
 
 
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Gênova, Itália. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça que a epidemia de ebola pode evoluir para um número de dez mil novos casos por semana, dentro de um espectro de dois meses. O diretor geral assistente da entidade, Bruce Aylward, também disse que a taxa de mortalidade da doença aumentou para 70%, ante estimativa anterior de 50%.

Aylward caracterizou o ebola como uma “doença de alta mortalidade” em qualquer circunstância e disse que a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) ainda está focada em tentar isolar as pessoas contaminadas e prover tratamento aos doentes o mais cedo possível. “Seria horrivelmente antiético dizer que estamos apenas isolando pessoas”, afirmou Aylward, acrescentando que novas estratégias como dar equipamentos de proteção a familiares e montar clínicas simples são prioridade.

O representante da OMS disse ainda que se a resposta à crise do ebola não se intensificar em 60 dias, “muito mais pessoas irão morrer” e haverá a necessidade de lidar com um número crescente de novos casos.

Mortes. A OMS aumentou sua contagem de mortos na epidemia do ebola para um total de 4.447, sendo quase todos no oeste da África. A entidade divulgou também que o número de casos prováveis ou suspeitos da doença aumentou para 8.914.

Serra Leoa, Guiné e Libéria são os países mais atingidos pela crise e Aylward disse que a OMS está muito preocupada com a propagação da doença em suas capitais. O representante afirmou também que a organização tem observado uma queda no número de casos de certas regiões, mas que “isso não significa que eles chegarão a zero”.

Estados Unidos. O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Tom Frieden afirmou que 76 pessoas no Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, estão sendo monitoradas por terem tido contato com Thomas Eric Duncan, primeira pessoa diagnosticada com ebola nos EUA.

A medida é parte de novos esforços anunciados nesta terça para conter o surto da doença e proteger profissionais de saúde. O presidente americano, Barack Obama, afirmou após reunião com líderes mundiais que “o mundo não está fazendo o suficiente” para combater a crise de ebola.

O enviado da ONU para o ebola, Anthony Banbury, afirmou ao Conselho de Segurança da ONU que a resposta global à crise provocada pela doença deve atingir metas cruciais em 1º de dezembro, “ou enfrentar uma situação sem precedentes para a qual não temos um plano”.

Até esta data, o mundo deve assegurar que pelo menos 70% das pessoas infectadas estejam sendo tratadas e que pelo menos 70% dos enterros tenham sido realizados sem novas contaminações. Cerca de 7.000 leitos serão necessários em dezembro e as projeções mostram que apenas 4.300 vão estar disponíveis. “O ebola está correndo mais rápido que nós e está ganhando esta corrida”, alertou Banbury.

Diagnosticado. Em Serra Leoa, um soldado foi diagnosticado com o vírus. Autoridades locais informaram que ele não era membro e nem teve contato com a força de paz que vai embarcar para Somália. A ministra de Transportes da Libéria afirmou que se isolou voluntariamente em sua casa após seu motorista morrer contaminado pelo vírus.

Zuckerberg vai doar US$ 25 mi

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou nesta terça que ele e sua esposa, Priscilla Chan, doarão US$ 25 milhões à ONG CDC Foundation para o combate à epidemia de ebola. “Temos de manter o ebola sob controle no curto prazo para que ele não se espalhe e se torne uma crise de saúde global que tenhamos de combater durante décadas, como aconteceu com o HIV e poliomielite”, escreveu em sua página na rede social.

Tratamento está ‘indo bem’

A auxiliar de enfermagem norte-americana infectada com ebola, Nina Pham, 26, disse nesta terça, em comunicado divulgado pelo Hospital Presbiteriano do Texas, onde ela está internada, que está “indo bem” no seu tratamento. Nina aproveitou também para agradecer o carinho das pessoas que estão rezando e torcendo pela sua recuperação. O quadro de Nina, a primeira pessoa a ser infectada em território norte-americano, é estável.

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