Pandemia

Conselho de Segurança planeja pedir 3 meses de "pausa humanitária" em conflitos

Novo coronavírus pode provocar trégua em disputas armadas pelo mundo

Por AFP
Publicado em 28 de abril de 2020 | 19:13
 
 
 
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas planeja pedir que os beligerantes em conflitos ao redor do mundo apliquem uma "pausa humanitária" por 90 dias, de acordo com um projeto de resolução vinculado à pandemia de Covid-19 obtida na terça-feira pela AFP. 

Revisado na segunda-feira, o projeto de resolução agora requer que "todas as partes em um conflito armado entrem imediatamente em uma pausa humanitária duradoura por pelo menos 90 dias consecutivos". O objetivo é "permitir a entrega de ajuda humanitária de maneira segura, sem obstáculos e sustentável". 

Em sua primeira versão, na semana passada, este texto cocriado pela Tunísia e pela França pediu apenas uma paralisação de 30 dias, acompanhada de um apelo ao fim das hostilidades em todos os países incluídos em seu programa de trabalho e o fortalecimento da cooperação internacional no combate contra a pandemia. 

A data da votação ainda não foi apresentada, e o problema mais espinhoso do projeto continua sendo um parágrafo em branco sobre o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS), criticada pelos Estados Unidos. 

O secretário geral da ONU, António Guterres, lançou um pedido de cessar-fogo imediato e global em 23 de março e supõe-se que ele deverá apoiar o projeto de resolução em discussão nos países monitorados pelo Conselho de Segurança: Síria, Iêmen, Afeganistão, Mali, República Centro-Africana, Líbia, Colômbia e Sudão, entre outros.

Embora alguns movimentos no sentido da cessação dos combates tenham sido observados logo após esta chamada, mais de um mês depois, vários países foram na direção contrária, como Iêmen, Líbia ou Sudão do Sul. Na Colômbia, o Exército de Libertação Nacional (ELN), o último grupo guerrilheiro ativo, anunciou nesta segunda-feira a retomada de suas operações militares a partir de 1º de maio. 

Em 25 de março, a ONU anunciou um "plano humanitário" para ajudar os 30 ou 40 países mais vulneráveis à pandemia, com um pedido de fundos de até US$ 2 bilhões. Um mês depois, foram levantados US$ 1 bilhão, segundo a ONU.

Para proteger as populações mais expostas a uma queda de renda, alimentá-las e cuidar de sua saúde, o montante total necessário é de 90 bilhões, dois terços dos quais poderiam ser financiados pelo Banco Mundial (BM) e pelo Fundo Monetário Internacional ( FMI), de acordo com uma estimativa recente da ONU.

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