A pessoa que abalou a Presidência de Donald Trump ao denunciar uma conversa com seu homólogo ucraniano é um funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA) que foi enviado à Casa Branca, informou ontem o jornal “The New York Times”.
Esse homem foi designado para trabalhar na Casa Branca em um momento, mas, desde o controverso incidente, voltou à CIA, disse o jornal, citando três pessoas cientes com sua identidade.
A denúncia feita aos superiores em 12 de agosto, que afirma que Trump usou seus poderes para pressionar o governo da Ucrânia a investigar seu rival da campanha democrata, Joe Biden, “sugeriu que era um analista que por sua capacitação e deixou claro que estava imerso em detalhes da política exterior americana para a Europa”, explicou o “Times”.
Além disso, ele estava claramente informado sobre a política ucraniana e as relações de Washington com Kiev, sobre as quais Trump é acusado de manipular para obter vantagens diante das eleições presidenciais do ano que vem.
Foi o primeiro indício da identidade do denunciante, aparte de declarações anteriores nas quais especulava-se se eram homem ou mulher, em uma comunidade de inteligência que conta com quase 1 milhão de pessoas. O funcionário de inteligência também apontou que não foi testemunha direta da conversa telefônica de Trump com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, e que informou isso no âmbito das “relações regulares entre as agências”.
Andrew Bakaj, um dos advogados do denunciante, se negou a confirmar a informação. A identidade da pessoa é protegida pelas leis dos Estados Unidos, que respaldam os funcionários que utilizam os canais adequados para denunciar a má conduta de seus colegas ou superiores.
Nessa quinta-feira, o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados liberou o documento com a denúncia contra Trump, que motivou a abertura de seu processo de impeachment. A denúncia mostra que a Casa Branca estava “profundamente perturbada” pelas ligações de Trump para a Ucrânia.
Pelo documento, Trump usava “seu poder para solicitar interferência de países estrangeiros na eleição americana de 2020”. A denúncia aponta o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani como uma figura central no caso e o Procurador Geral, William Barr é citado como “envolvido”. Ambos trabalharam, sem sucesso, para impedir a divulgação do áudio.