Em crise

Dólar se mantém, mas governo argentino vê dificuldades de aprovar projeto

Governo de Mauricio Macri anunciou pedido de moratória ao FMI nesta quarta-feira

Por Sylvia Colombo (Folhapress)
Publicado em 29 de agosto de 2019 | 15:56
 
 
 
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O dólar atingiu uma alta na manhã desta quinta-feira (29), de 62,08 pesos, mas acabou fechando em 60, segundo o Banco Nación. Já o risco-país se manteve estável em 2112, e as ações argentinas em Nova York caíram até 10%. A queda foi bem menor do que no dia seguinte das eleições primárias, quando as ações de algumas empresas chegaram a despencar mais de 50%.

Durante todo o dia, o presidente Mauricio Macri e seu gabinete mantiveram encontros, assim como na quarta-feira (28), com representantes do governo e da oposição no Congresso. A ideia é obter apoio para a aprovação das medidas anunciadas na noite de quarta-feira (28) pelo ministro da Economia, Hernán Lacunza.

Participaram os ministros Rogelio Frigerio (Interior), Patricia Bullrich (Seguranca) e Carolina Stanley (Desenvolvimento Social). Esta última pasta deve apresentar nos próximos dias um novo pacote de medidas e benefícios para a população de baixa renda para amenizar os efeitos da inflação, que já ultrapassa os 55% nos últimos doze meses.

Entre os congressistas, estiveram presentes os líderes da União Cívica Radical, partido que integra a base de apoio do governo, e representantes de partidos menores.

Os peronistas, em suas mais distintas vertentes, e que são a maioria na Câmara de Deputados e no Senado, não compareceram. Quem está tentando fazer com que se juntem à proposta, para aprová-la, é o peronista moderado Miguel Ángel Pichetto, candidato a vice-presidente na chapa de Mauricio Macri.

Pessoas que participaram do encontro vazaram para os meios locais que Macri disse que seus ministros "têm ordem de ativar todos os mecanismos necessários para estabilizar a economia" e reiterou que segue à frente do país, em meio a rumores veiculados nos últimos dias de que se poderiam adiantar as datas das eleições, marcadas para 27 de outubro, e a posse do novo presidente, fixada em 10 de dezembro, para que o clima de incerteza e volatilidade dos mercados se acalme.

Há um antecedente para isso, que foi a saída do cargo mais cedo do presidente Raúl Alfonsín (1983-1989), vencido pela hiperinflação. A diferença, naquela época, é que Carlos Menem (1989-1999) já era presidente eleito. E agora, nem a eleição propriamente dita foi realizada. A chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner ganhou apenas as primárias, mas por uma ampla diferença de 15 pontos.

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