Tensão

Em mais um dia turbulento, palestino esfaqueia israelense

Secretário geral da ONU diz que processo de paz no Oriente Médio está em perigo


Publicado em 11 de dezembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Jerusalém (indefinido). A decisão do presidente norte-americano Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel prejudicará o processo de paz no Oriente Médio, declarou no domingo (10) o secretário geral da ONU, Antonio Guterres. O quarto dia de protestos após a fala de Trump foi marcado mais uma vez por manifestações no Oriente Médio e em outras partes do mundo, incluindo o Brasil. Em um terminal de ônibus de Jerusalém, um palestino apunhalou gravemente um agente de segurança israelense.

No plano diplomático, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan afirmou que seu país “não abandonará Jerusalém a um Estado que mata crianças”. Em Paris, para reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chamou a Europa de “hipócrita” por não condenar os disparos de foguetes palestinos contra Israel. Também respondeu Erdogan: “Não tenho que receber lições de moral de um dirigente que bombardeia localidades turcas na Turquia, que prende jornalistas, ajuda o Irã a driblar as sanções internacionais e ajuda os terroristas, especialmente em Gaza”.

No cômputo geral, embora a mobilização popular não esteja tendo a amplitude prevista, foram registrado distúrbios em pontos como o campo de refugiados de Arrub, na Cisjordânia, onde um palestino ficou ferido por balas de borracha.

No Líbano, as forças de segurança usaram bombas de gás e jatos de água para dispersar uma manifestação próxima à embaixada dos Estados Unidos, em Beirute. Na segunda-feira (11), uma marcha convocada pelo Hezbollah está prevista lá. Em Istambul, onde na próxima semana haverá uma cúpula da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), também houve protesto, assim como no Cairo (Egito) e em Rabat (Marrocos). No Afeganistão, em Jalalabad, uma imagem de Trump foi queimada. Em Jacarta, cerca de 5.000 indonésios se reuniram em frente à embaixada dos EUA.

Desde quinta-feira, pelo menos quatro palestinos morreram na Faixa de Gaza, sendo dois em confrontos com soldados, e dois membros do Hamas em ataques aéreos. O general israelense Yoav Mordechai advertiu que se os disparos continuarem, Israel vai responder de forma “dolorosa”.

 

Papa volta a pedir sensatez e prudência

Cidade do Vaticano. O papa Francisco voltou a pedir no domingo “sensatez e prudência”, após a decisão polêmica dos Estados Unidos a fim de evitar uma nova espiral de violência. Na última quarta-feira, o pontífice já havia expressado preocupação ao pedir “respeito ao status quo" de Jerusalém, segundo as resoluções das Nações Unidas. No domingo, o Vaticano destacou que acompanha com “grande atenção” a situação no Oriente Médio e, especialmente, em Jerusalém, “cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos”.

Polêmica

Fato consumado. No domingo, em Paris, o premiê Benjamin Netanyahu disse que os palestinos devem enfrentar a realidade de que Jerusalém é a capital de Israel.

Encontro. Na segunda-feira, ele se encontra com líderes da União Europeia, que pretendem apresentar uma posição unificada em relação à decisão dos EUA.

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