233 mortos

Equipes tentam resgatar criança viva em escola no México

Atenções estão voltadas para o colégio particular Enrique Rebsamen, na zona sul da capital, onde 21 crianças morreram

Por AFP
Publicado em 21 de setembro de 2017 | 09:25
 
 
 
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Os trabalhos de resgate na Cidade do México após o poderoso terremoto de 7,1 graus de terça-feira (19) viraram uma corrida contra o tempo, em uma tragédia que deixou pelo menos 233 mortos na capital e em cinco estados do país.

O tremor de terça-feira deixou "102 mortos na Cidade do México, 69 no estado de Morelos, 43 em Puebla, 13 no estado do México, cinco em Guerrero e um em Oaxaca, totalizando 233", afirmou o diretor geral da Defesa Civil, Luis Felipe Puente.

As atenções estão voltadas, especialmente, para o colégio particular Enrique Rebsamen, na zona sul da capital, onde 21 crianças morreram.

"Sabemos que há uma menina com vida dentro (da escola destruída), o que não sabemos é como chegar até ela sem provocar o risco de colapso e sem arriscar a vida dos socorristas", disse ao canal Televisa o almirante José Luis Vergara, que coordena o resgate.

Na quarta-feira à noite (20), socorristas afirmaram ter visto cinco menores de idade com vida, enquanto outros, com equipamentos térmicos, indicaram ter detectado ao menos três pessoas com vida.

Vergara prefere, porém, não criar falsas expectativas. Ele contou que conseguiu falar rapidamente com a menina, que recebeu água e oxigênio e disse estar "muito cansada".

Até o momento, 11 crianças e uma professora foram retiradas com vida dos escombros da escola.

Na zona norte da cidade, um homem e uma mulher de mais de 90 anos foram resgatados depois de passarem 26 horas presos nas ruínas de um edifício, de acordo com as autoridades locais.

Os trabalhos eram acelerados quase dois dias depois da tragédia. Segundo especialistas, uma pessoa sobrevive em média 72 horas sob os escombros. Os mexicanos recordam, contudo, que, depois do devastador terremoto de 1985, a resistência humana superou as expectativas.

A tragédia desta semana também provocou vítimas estrangeiras: Taiwan, Panamá e Espanha confirmaram mortes.

"A prioridade continua sendo salvar vidas e dar atendimento médico", declarou o presidente Enrique Peña Nieto.

Sociedade organizada

Em 19 de setembro de 1985, exatos 32 anos antes do terremoto desta semana, a capital mexicana ficou parcialmente destruída por um terremoto de 8,1 graus que deixou mais de 10.000 mortos.

Com um governo ausente, os mexicanos se organizaram para reconstruir a metrópole das ruínas, mudando a história social e política da cidade.

Como em um exercício de memória coletiva, sem importar a idade, já que os moradores da capital cresceram assistindo às imagens do tremor de 1985 e participando de simulações, em 2017, a sociedade se organizou de modo espontâneo.

Milhares de pessoas saíram às ruas e ajudaram a retirar os escombros com as mãos, assim como ofereceram alimentos e água aos socorristas e desabrigados. Desta vez, contaram com a presença das autoridades e com o apoio da tecnologia do século XXI.

Entre os socorristas, a imprensa destaca um civil que passou a ser chamado de "Jorge Houston", por usar uma flanela com o nome da cidade americana.

Ele foi a pessoa que mais vezes entrou nos escombros da escola destruída e conseguiu levar água e oxigênio até a menina localizada nas ruínas.

Ao mesmo tempo, várias pessoas fazem uma espécie de "turismo" pós-terremoto, com direito a "selfies" diante de prédios que desabaram ao redor da cidade.

Uma das maiores atrações era um carro de luxo italiano que foi esmagado no bairro de Roma-Condesa, conhecido por seus bares e restaurantes e onde vivem muitos estrangeiros.

O México fica entre cinco placas tectônicas e é um dos países com maior atividade sísmica no mundo.

No dia 7 de setembro, um terremoto de magnitude 8,1, o mais forte em um século no México, deixou 96 mortos e mais de 200 feridos no sul do país, especialmente nos estados de Oaxaca e Chiapas.

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