Contra avanço da Covid

Espanha volta a obrigar o uso de máscaras ao ar livre

Presidente do Governo, Pedro Sánchez, disse que medida é 'temporária' e que será suspensa 'assim que possível'

Por AFP
Publicado em 22 de dezembro de 2021 | 18:03
 
 
 
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Seis meses depois de terem-na retirado, os espanhóis terão que voltar a usar máscaras em ambientes externos a partir da quinta-feira para conter o avanço da Covid-19, que alcançou um recorde de quase 50.000 casos nas últimas 24 horas, anunciou o governo nesta quarta (22).

A Espanha, um dos líderes mundiais em vacinação, registrou na terça-feira 49.283 novos casos de Covid-19 em 24 horas e a variante ômicron, mais contagiosa, já representa quase a metade dos novos contágios, segundo o ministério da Saúde.

“Fica estabelecida a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes externos”, destacou o governo em nota.

O texto foi divulgado no momento em que se realizava uma reunião entre o presidente do Governo, Pedro Sánchez, e os líderes das comunidades autônomas do país para discutir medidas contra a disseminação da variante ômicron. 

"A máscara demonstrou nos últimos meses ser uma ferramenta eficaz na prevenção", disse Sánchez.

O chefe de governo disse que haverá algumas exceções: a prática de esportes, estar sozinho - ou com pessoas de convívio - em espaços naturais, como montanhas ou praias.

Sánchez explicou que esta medida é "temporária" e que será suspensa "assim que possível".

A tempo para o Natal

Poucos países do mundo apostaram nesta medida. A maioria não obriga o uso de máscaras ao ar livre quando o distanciamento seguro é respeitado.

Na Espanha, a medida foi imposta a partir dos seis anos em maio de 2020, em plena primeira onda e depois foi suspensa graças à melhora da situação, em 26 de junho, com a condição de um distanciamento de 1,5 metro entre duas pessoas.

Apesar disso, muitos espanhóis continuavam usando a máscara em ambientes abertos.

Mas esta nova onda, a sexta da pandemia na Espanha, parece menos grave do que as anteriores até o momento: na terça-feira, os pacientes com covid-19 ocupavam 15% dos leitos de UTI, quando eram 30% em meados de janeiro de 2021, segundo dados do ministério da Saúde.

A incidência por habitante era de 695 casos a cada 100.000 nos últimos 14 dias, um número quase quatro vezes maior que em 1º de dezembro.

Na Espanha, a gestão da saúde é uma competência das comunidades, mas o Executivo central pode decidir diretamente por decreto o uso das máscaras.

Retorno do toque de recolher

De olho no Natal, várias comunidades espanholas pediam há semanas ao governo central um endurecimento das medidas sanitárias. Algumas, como a Catalunha (uma das mais populosas), exigem inclusive o retorno de restrições mais drásticas.

Até o momento, a Catalunha aguarda a autorização judicial para impor um toque de recolher entre 01h00 e 06h00 (horário local), assim como fechar as casas de festas a partir de 00h00 de quinta-feira.

Além disso, várias comunidades - sem incluir a capital Madri - obrigam a apresentação de um passaporte sanitário para poder entrar em determinados locais públicos.

O futuro decreto também contará com uma nova medida: a validade da vacinação será estabelecida a partir de fevereiro de 2022 em nove meses após a injeção da segunda dose.

O governo anunciou também a "intensificação" e a "aceleração" do processo de vacinação, com objetivos quantificados sobre a terceira dose, 80% dos vacinados entre 60-69 anos.

A Espanha é um dos países com maior taxa da população vacinada, com 89,7% dos maiores de 12 anos com o esquema vacinal completo. Também é um dos primeiros da Europa a lançar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, em 15 de dezembro.

Desde o início da pandemia, o total de casos está acima dos 5,5 milhões de infectados e as mortes estão perto das 89.000, em um país de quase 47 milhões de habitantes. 

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