Texas

EUA: Grávida contesta multa de trânsito com argumento judicial contra o aborto

Ela disse que havia outra pessoa no veículo e diante da pergunta do policial e apontou para sua barriga de 34 semanas

Por Agências
Publicado em 11 de julho de 2022 | 21:32
 
 
 
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Uma grávida do Texas contestou uma multa de trânsito aplicada porque ela dirigia sozinha na faixa para veículos com mais de dois ocupantes com um argumento judicial usado contra o aborto: o de que o feto conta como uma pessoa.

Brandy Bottone foi parada por policiais em junho por transitar pela faixa estando aparentemente sozinha dentro de seu carro, noticiou o jornal The Dallas Morning News. 

Ela disse que havia outra pessoa no veículo e diante da pergunta do policial, Bottone apontou para sua barriga de 34 semanas e respondeu: "Está aqui". 

O incidente ocorreu em 29 de junho, poucos dias depois de a Suprema Corte dos Estados Unidos tornar o aborto ilegal, deixando nas mãos dos estados a decisão sobre a interrupção da gestação.

Autoridades do estado ultraconservador do Texas, bem como aqueles que lutam contra o direito ao aborto, defendem que o feto deve ser considerado uma pessoa, argumento usado por Bottone na contestação da multa que lhe custaria US$ 275. 

"Em virtude de tudo o que ocorreu, e não tento estabelecer um grande ponto político aqui, mas você entende que este é um bebê?", perguntou a mulher de 32 anos ao policial, segundo declarações à CNN.

O argumento de Bottone, que continuará sua disputa na justiça, põe sobre a mesa as consequências que poderiam ter em diferentes esferas as mudanças legais estabelecendo o feto como uma pessoa, defendidos por estados conservadores como o Texas.

O direito ao aborto se tornou legal nos Estados Unidos em 1973 com a decisão da Suprema Corte sobre o caso Roe vs Wade, mas este ano a máxima instância judicial do país, com uma formação majoritariamente conservadora, reverteu a sentença.

No ano passado, o Texas aprovou uma das leis mais duras contra a interrupção voluntária da gravidez, permitindo-a apenas até a sexta semana, quando muitas mulheres ainda não sabem que estão grávidas. (AFP)

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