Escuta

EUA pressionam Equador a recusar asilo a Snowden

Revista alemã diz que autoridades europeias também foram alvo


Publicado em 30 de junho de 2013 | 03:00
 
 
 
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Quito, Equador. O presidente do Equador, Rafael Correa, aparentemente procurou, ontem, se distanciar mais ainda de Edward Snowden, que recentemente admitiu ter vazado detalhes dos programas de vigilância norte-americanos e pediu asilo político ao país sul-americano numa tentativa de escapar de acusações criminais nos EUA.

Em rede de televisão, Correa disse que Snowden “terá de assumir suas próprias responsabilidades” por ter revelado os programas da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) norte-americana para a coleta de dados referentes a ligações telefônicas e e-mails.

Segundo Correa, ele nunca autorizou a emissão de documentos de viagem para Snowden. A carta que garante passagem segura a Snowden, aparentemente emitida por um diplomata da embaixada do país em Londres há uma semana, não teria validade. O presidente do Equador também declarou que o diplomata responsável pela carta será punido.

Os comentários reforçaram uma percepção crescente de que o governo de Correa busca se resguardar de problemas legais e diplomáticos que envolvam Snowden.

Um notório crítico da política exterior dos EUA, ele reiterou, ontem, que a atenção da mídia deveria se voltar a exigir respostas do governo norte-americano sobre seus programas de vigilância, e não para a fuga de Snowden. Ele disse ainda que o Equador está sendo atacado injustamente por ter considerado aceitar o pedido de asilo de Snowden.

Retorno. Edward Snowden completou, ontem, seis dias no aeroporto de Sheremetievo, em Moscou. A família do foragido impôs três condições ao Departamento de Justiça americana para o retorno do jovem: que ele não seja preso antes de ser julgado, que o caso não se desenrole em segredo e que o local do julgamento seja definido por Snowden.

Espionagem. Autoridades da União Europeia estiveram entre os “alvos” do programa de espionagem de Washington pela internet, com a instalação de aparelhos de escuta em escritórios da União Europeia em Bruxelas e nos EUA, informou a revista alemã “Der Spiegel” em edição semanal publicada hoje.

Reunião

- Futuro. Rússia, Cuba, Venezuela e Equador se reunirão, amanhã, para discutir a situação de Edward Snowden.

- Convite. O Parlamento russo fez um convite ao fugitivo para colaborar em uma investigação sobre espionagens feita pelos Estados Unidos.

- Obama. O presidente norte-americano se recusa a tratar o caso como um incidente diplomático e não se envolve diretamente.

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