EUA

Ex-assessor de Trump não reportou pagamentos de entidades russas

Michael Flynn violou a lei ao não informar que recebeu pagamentos da emissora russa RT, na renovação de sua declaração de segurança, no início de 2016

Por AFP
Publicado em 25 de abril de 2017 | 18:33
 
 
 
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O ex-assessor de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, Michael Flynn, nunca reportou ter recebido pagamentos de entidades russas em seu principal formulário de segurança, disse um importante congressista nessa segunda-feira (24).

O representante republicano Jason Chaffetz disse que Flynn violou a lei ao não informar que recebeu pagamentos da emissora russa RT, na renovação de sua declaração de segurança, no início de 2016.

Flynn, ex-chefe da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) e o assessor de mais alto escalão de Segurança Nacional de Trump durante a campanha eleitoral de 2016, recebeu mais de 33 mil dólares por participar de um jantar de gala oferecido pela RT em dezembro de 2015, onde se sentou à mesa com o presidente russo, Vladimir Putin.

Chaffetz, presidente do Comitê de Controle da Câmara Baixa, disse que não consta que o general reformado de três estrelas tenha solicitado uma autorização para participar do evento, nem que tenha informado sobre o pagamento na renovação de sua prestação de contas um mês depois.

"Pessoalmente, não vejo informações ou dados que fundamentem a ideia de que o general Flynn respeitou a lei", disse Chaffetz depois de um relatório de oficiais da DIA ao Comitê.

O congressista democrata Elijah Cummings, vice-presidente do Comitê, afirma que as violações relatadas podem constituir crimes passíveis de até cinco anos de prisão.

Flynn nega as acusações, em meio a informes de que está sob investigação tanto pelo Departamento de Defesa como pelo FBI (a Polícia Federal americana).

O Conselho de Segurança Nacional se viu obrigado a demiti-lo em 13 de fevereiro, após revelarem que manteve reiterados contatos com o embaixador russo nos Estados Unidos no fim de dezembro, em um momento em que a Rússia era objeto de sanções do governo de Obama.

Seu advogado afirmou no fim de março que Flynn propôs testemunhar sobre os supostos vínculos entre a Rússia e a campanha de Donald Trump em troca de imunidade, mas que não aceitou.

Investigações do Congresso e do FBI analisam uma possível ingerência de Moscou na campanha presidencial de 2016 e, sobretudo, uma possível conivência entre pessoas próximas a Trump e responsáveis russos.

O jornal The New York Times citou uma fonte do Congresso que afirmou que os investigadores estão tentando chegar a um acordo com Flynn até que avancem com suas investigações e tenham uma ideia mais clara das informações que o ex-assessor pode oferecer.

Depois de sua renúncia, teria aceitado 530 mil dólares para advogar em favor da Turquia, sem se registrar como agente estrangeiro, como requer a lei.

Também aceitou 11.250 dólares de uma companhia aérea russa e de uma empresa de segurança informática com sede na Rússia.

Chaffetz disse que Flynn é passível de ser sancionado pelo Pentágono, que poderia exigir que ele devolvesse as quantias recebidas.

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