Crime

Ex-primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe foi morto com arma 'improvisada'

O revólver parece ter dois tubos colados com fita isolante preta e uma base de madeira

Por O TEMPO
Publicado em 08 de julho de 2022 | 19:25
 
 
 
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O homem que matou o ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, aos 67 anos, nesta sexta-feira (8), usou um revólver aparentemente “improvisado”. O revólver parece ter dois tubos colados com fita isolante preta e uma base de madeira. 

Abe foi atingido durante um comício para as eleições do Senado, marcadas para o próximo domingo (10). O país asiático tem legislação rígida contra porte e posse de armas.  

O hospital para onde Abe foi levado informou que o ex-premiê morreu às 17h03, no horário local (5h03, em Brasília), mais de cinco horas após ele ter sido baleado. Um médico disse que ele sangrou até a morte, devido a dois ferimentos profundos, um deles no lado direito de seu pescoço. Ele não tinha sinais vitais quando deu entrada no hospital.

"De acordo com uma fonte do PLD (Partido Liberal Democrata), o ex-primeiro-ministro Abe morreu em um hospital na cidade de Kashihara, na região de Nara, onde estava recebendo tratamento médico. Ele tinha 67 anos", afirmou o canal público NHK.

Segundo o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, os tiros foram disparados pouco antes do meio-dia, no horário local, e "um homem, que se acredita ser o atirador, foi detido".

Ainda de acordo com a NHK, Abe foi levado inconsciente ao hospital e teve uma parada cardiorrespiratória -o que, no Japão, indica a ausência de sinais de vida e geralmente precede um atestado de óbito oficial. Segundo informações da emissora, citando fontes policiais, um homem de cerca de 40 anos foi desarmado e preso por tentativa de homicídio.

A polícia identificou Tetsuya Yamagami como o suspeito de matar o ex-premiê. Segundo o jornal Wall Street Journal, a imprensa japonesa noticia que ele afirmou aos policiais que não tinha rancor político contra o ex-chefe de Estado.

Um porta-voz da polícia disse que Yamagami, que tem 41 anos, foi preso às 11h32, horário local, por suspeita de tentativa de homicídio. O Ministério da Defesa disse que uma pessoa com o mesmo nome do morador de Nara integrou a Marinha japonesa, conhecida como Autodefesa Marítima, de 2002 a 2005.

De acordo com o jornal norte-americano, a arma usada no ataque é de "algum tipo", disse o porta-voz da polícia, indicando que parecia ser um dispositivo improvisado.
Em um pronunciamento feito mais cedo, o chefe de governo, Fumio Kishida, disse que o ex-premiê estava em estado "muito grave" e considerou o atentado "absolutamente imperdoável".

"O ex-primeiro-ministro Shinzo Abe foi atingido por tiros em Nara (oeste), e fui informado que se encontra em estado muito grave", disse Kishida à imprensa.

"É um ato de barbárie durante a campanha eleitoral, que é a base da democracia, e é absolutamente imperdoável. Condeno este ato nos termos mais fortes", acrescentou o atual primeiro-ministro.

Imagens exibidas pela NHK mostram Abe de pé em um palco quando é possível ouvir um grande barulho e observar fumaça. Pouco depois, um homem foi imobilizado por agentes de segurança.

Segundo o relato de uma fonte anônima do Partido Liberal Democrático (PLD) feito à agência Jiji, Abe caiu após o ataque e sangrava pelo pescoço. Vários meios de comunicação informaram que o ex-chefe de governo foi atacado pelas costas, provavelmente com uma escopeta.

O governo japonês anunciou a criação de uma força-tarefa após o ataque, que provocou uma série de reações internacionais. (Com Folhapress)

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