TENSÃO

Irã acusa Israel de matar general em ataque contra embaixada na Síria

O embaixador iraniano na Síria, Hossein Akbari, saiu ileso e afirmou que seu país vai responder de forma severa

Por Agências
Publicado em 01 de abril de 2024 | 18:26
 
 
 
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Um ataque aéreo contra a seção consular da embaixada do Irã em Damasco, na Síria, matou nesta segunda-feira (1º) pelo menos cinco pessoas, incluindo um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, afirma a televisão estatal de Teerã, que atribuiu o bombardeio à Israel.

"O general Mohamad Reza Zahedi, um dos altos comandantes da Força Quds, foi martirizado em um ataque de combatentes do regime sionista contra o prédio da embaixada da República Islâmica do Irã em Damasco", disse a emissora em referência à elite da Guarda Revolucionária iraniana.

O número exato de vítimas do ataque em Mazeh, bairro nobre da capital síria, ainda não está claro. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG com sede no Reino Unido que conta com uma ampla rede de colaboradores na Síria, pelo menos oito pessoas morreram no bombardeio, incluindo seis membros da guarda.

O embaixador iraniano na Síria, Hossein Akbari, saiu ileso e afirmou que seu país vai responder de forma "severa". À TV estatal iraniana, ele disse que "pelo menos cinco pessoas" haviam morrido e acrescentou que o ataque teria sido realizado com "aviões de combate F-35 e seis mísseis".

"O ataque israelense contra a embaixada iraniana mostra a realidade da entidade sionista, que não reconhece nenhuma lei internacional e faz tudo o que é desumano para alcançar seus objetivos", afirmou Akbari.

Repórteres da Reuters no local viram fumaça subindo dos escombros de um prédio e veículos de emergência estacionados do lado de fora. Uma bandeira iraniana estava pendurada em um mastro, na frente dos destroços, e os ministros das Relações Exteriores e do Interior da Síria foram vistos no local.

Segundo agência de notícias AFP, serviços de emergência buscam vítimas sob os escombros. Forças de segurança isolaram o prédio diante de uma multidão de curiosos que se aglomeravam perto de veículos carbonizados.

O chanceler sírio, Faisal Mekdad, "condenou veementemente este ataque terrorista atroz". "O inimigo israelense lançou ataques aéreos das Colinas de Golã sírias ocupadas em direção ao prédio do consulado iraniano em Damasco", afirmou sua pasta em um comunicado. "O ataque destruiu todo o prédio, matando ou ferindo todos que estavam dentro."

O bombardeio tem o potencial de escalar os conflitos no Oriente Médio. O porta-voz da chancelaria do Irã afirmou que seu país tem direito de tomar ações recíprocas, segundo a mídia estatal. "Teerã decidirá sobre o tipo de resposta e punição contra o agressor", disse Nasser Kanaani.

Já o chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, também atribuiu o ataque a Israel e pediu uma "resposta séria da comunidade internacional", segundo um comunicado do ministério. "[O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu,] perdeu completamente o equilíbrio mental devido aos sucessivos fracassos do regime em Gaza e à incapacidade de alcançar os ambiciosos objetivos dos sionistas", afirmou ele.

Questionado pela agência de notícias, Israel recusou-se a comentar o incidente. Há muito Tel Aviv tem como alvo instalações militares do Irã, e esses ataques se intensificaram com a guerra que o Estado judeu trava em Gaza contra o Hamas, apoiado por Teerã. O bombardeio desta segunda, porém, seria o primeiro a atingir a embaixada, caso a autoria seja confirmada.

Na última sexta-feira (29), Israel bombardeou a província de Alepo, no norte da Síria, e matou pelo menos 39 pessoas, entre elas um combatente do Hezbollah no Líbano. Tel Aviv também ataca regularmente os aeroportos de Alepo e Damasco na tentativa de interromper o transporte de armas do Irã, segundo o Exército.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean Pierre, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está ciente dos relatos vindos de Damasco e sua equipe "está investigando" o incidente.

(Folhapress)

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