Diversas áreas

Irã e Venezuela assinam acordo de cooperação de 20 anos

Assinatura mostra a determinação dos altos funcionários dos dois países de desenvolver as relações em diferentes campos, afirmou o presidente iraniano Ebrahim Raisi

Por Agências
Publicado em 11 de junho de 2022 | 12:00
 
 
 
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Irã e Venezuela assinaram neste sábado um acordo de cooperação de 20 anos em diversas áreas, durante uma visita do presidente venezuelano Nicolás Maduro a Teerã, durante a qual ele celebrou a "amizade indestrutível" entre os dois países.

A assinatura do pacto "mostra a determinação dos altos funcionários dos dois países de desenvolver as relações em diferentes campos", afirmou o presidente iraniano Ebrahim Raisi, ao lado do colega venezuelano, de acordo com a televisão estatal.

O documento, sobre o qual não foram divulgados detalhes, foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países.

Maduro destacou que as duas nações possuem "grandes frentes de cooperação" nas áreas de petróleo, gás e petroquímica, "a nível financeiro, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Irã-Venezuela" e também no setor de defesa.

"Acredito que vai crescer uma amizade indestrutível para o futuro de nossas populações", disse o chefe de Estado venezuelano.

O presidente da Venezuela citou o "milagre econômico na produção de alimentos" realizado pelo Irã, que pode inspirar seu país.

"Criaram inclusive tecnologias para produzir alimentos em áreas desérticas", disse. Maduro explicou que seu governo quer "aprofundar a cooperação tecnológica com o Irã para produzir mais alimentos na Venezuela", onde, segundo ele, há 33 milhões de hectares de terras que podem ser cultivadas.

De acordo com Maduro, o país vem aumentando a superfície agrícola em que os alimentos são produzidos, mas atualmente ainda existem 30 milhões de hectares "perfeitos" para cultivar.

Ele disse que o país deve "aprender com essa impressionante experiência do Irã para continuar aumentando a produção de alimentos com recursos próprios em solo venezuelano".

Maduro mencionou, sem revelar detalhes, "projetos conjuntos entre os dois países para produzir alimentos na Venezuela e exportar ao Irã" e para outros países da região.

Além disso, o presidente venezuelano anunciou a retomada a partir de 18 de julho de um voo Caracas-Teerã.

"A Venezuela está aberta a receber o turismo do Irã para que venham desfrutar da beleza do Caribe, dos Andes, da Amazônia", disse.

A agência oficial iraniana IRNA destacou que os "ministros envolvidos dos países assinaram acordos de cooperação nos âmbitos político, econômico, turístico, petroleiro e petroquímico" durante a visita de Maduro.

Os dois acompanharam no palácio presidencial uma cerimônia por videoconferência que marcou a entrega à Venezuela de um navio petroleiro fabricado no Irã nas águas do Golfo, segundo a mesma agência. 

De acordo com a IRNA, este é o segundo dos quatro navios encomendados por Caracas. 

Ao lado da Rússia, China, Cuba e Turquia, o Irã é um dos principais aliados da Venezuela. E, assim como o país sul-americano, enfrenta sanções dos Estados Unidos.

As relações bilaterais entre os dois produtores de petróleo já eram estreitas durante a presidência do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez e foram reforçadas com Maduro.

Em 2020, Teerã enviou navios carregados de gasolina e derivados para a Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo bruto do mundo, após uma queda brutal na produção de petróleo. 

Em maio, o ministro do Petróleo do Irã, Javad Owji, visitou a Venezuela em busca de "rotas" para "superar" os efeitos das sanções dos Estados Unidos contra os dois países.

Maduro declarou em Teerã que "a Venezuela passou por anos difíceis e turbulentos, como resultado das agressões do imperialismo". "Mas a Venezuela resistiu, conteve a agressão e entrou em uma etapa de recuperação real e verdadeira".

Raisi elogiou a "determinação do povo, das autoridades e do presidente da Venezuela que permitiram ao país resistir às sanções".

"Hoje, o país (Venezuela) deixa a hiperinflação para trás e inicia o crescimento econômico. É um bom sinal, que mostra que a resistência funciona e obrigará o inimigo a recuar", disse o líder iraniano.

Antes de visitar o Irã, Madurou viajou à Turquia e Argélia durante a semana.

AFP

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