O telescópio Telescópio Espacial James Webb espacial James Webb, o mais poderoso já colocado em órbita, revelou "a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo primordial" jamais feita, olhando para mais de 13 bilhões de anos atrás, informou a Nasa nesta segunda-feira (11).
A imagem, repleta de pontos de luz de vários tamanhos, mostra as primeiras galáxias formadas pouco depois do Big Bang e apresenta objetos de pouca luminosidade que nunca haviam sido observados. É um dia "histórico", celebrou o presidente Joe Biden durante a apresentação na Casa Branca.
Imagem mais profunda
O administrador da Nasa, Bill Nelson, anunciou nesta quarta-feira (29) que a agência espacial dos Estados Unidos revelaria em 12 de julho a "imagem mais profunda do nosso universo já obtida", graças ao recém-lançado Telescópio Espacial James Webb.
"Se você pensar sobre isso, este é o mais longe que a humanidade já viu", afirmou Bill Nelson durante entrevista no fim domês passado no Instituto de Ciências do Telescópio Espacial em Baltimore, o centro de operações do observatório de US$ 10 bilhões lançado em dezembro do ano passado e que agora orbita o Sol a 1,5 milhão de km da Terra.
Uma maravilha da engenharia, o Telescópio Webb é capaz de espiar mais longe no espaço do que qualquer outro telescópio já fez, graças ao seu enorme espelho principal e instrumentos de foco infravermelho, permitindo que sua visão atravesse gás e poeira cósmicos.
"O telescópio vai explorar objetos no sistema solar e as atmosferas de exoplanetas que orbitam outras estrelas, dando-nos pistas sobre se suas atmosferas são ou não semelhantes às nossas", acrescentou Nelson, falando por telefone.
"Isso pode responder a algumas perguntas que temos: de onde viemos? O que mais existe por aí? Quem somos? E é claro que vai responder a coisas que ainda nem conhecemos."
As capacidades de infravermelho do telescópio Webb nos permitem olhar mais para trás no tempo para o Big Bang, que ocorreu há 13,8 bilhões de anos.
À medida que o universo se expande, a luz das primeiras estrelas muda de comprimentos de onda ultravioleta no espectro visível em que foi emitida para comprimentos de onda mais longos, correspondendo a comprimentos de onda infravermelhos que o Webb está pronto para detectar em uma resolução sem precedentes.
Atualmente, as observações mais distantes do cosmos estão dentro de 330 milhões de anos após o Big Bang, mas, com o Webb, os astrônomos acreditam que esse limite pode ser facilmente ultrapassado.
20 anos de vida
Em outra boa notícia, a administradora-chefe da Nasa, Pam Melroy, disse que, graças ao lançamento eficiente da Arianespace, parceira da agência americana, o telescópio Webb pode continuar operando por 20 anos, dobrando a faixa de durabilidade inicialmente considerada.
"Esses 20 anos não só nos permitirão aprofundar a história e o tempo, mas também a ciência, porque temos a oportunidade de aprender, crescer e fazer novas observações", analisou a diretora.
A Nasa também pretende compartilhar a primeira espectroscopia do Webb de um planeta distante, ou exoplaneta, em 12 de julho, de acordo com o cientista principal da agencia espacial, Thomas Zurbuchen.
A espectroscopia é uma ferramenta para analisar a estrutura química e molecular de objetos distantes, e um espectro planetário pode ajudar a caracterizar sua atmosfera e outras propriedades, como a presença de água e a aparência de seu solo.
"Desde o início, vamos olhar para os mundos lá fora que nos mantêm acordados à noite quando olhamos para um céu estrelado", acrescentou Zurbuchen. (AFP)
👀 Sneak a peek at the deepest & sharpest infrared image of the early universe ever taken — all in a day’s work for the Webb telescope. (Literally, capturing it took less than a day!) This is Webb’s first image released as we begin to #UnfoldTheUniverse: https://t.co/tlougFWg8B pic.twitter.com/Y7ebmQwT7j
— NASA Webb Telescope (@NASAWebb) July 11, 2022
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