O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste sábado o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia, dado o apoio dado pelo governo de Ivan Duque ao líder da oposição venezuelana Juan Guaidó em sua tentativa de entregar ajuda humanitária. 

"Eu decidi romper todas as relações políticas e diplomáticas com o governo fascista da Colômbia e todos os seus embaixadores e cônsules devem partir em 24 horas da Venezuela. Fora daqui, oligarquia!", afirmou Maduro ante uma grande manifestação em Caracas. 

O presidente socialista disse que "nunca um governo colombiano caiu tão baixo". 

"Você é o diabo, Iván Duque. Você é o diabo, e você secará por se meter com a Venezuela.  Vade retro satanás, fora daqui, diabo!", proclamou ainda.

"Estamos esperando pelo senhor fantoche palhaço, fantoche do imperialismo americano e mendigo", disse Maduro, referindo-se a Guaidó, que está na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela. 

Neste sábado, grandes tumultos irromperam em duas pontes ao longo da fronteira da Venezuela com a Colômbia, depois que quatro caminhões e manifestantes tentaram romper o bloqueio militar para obter ajuda humanitária, disseram jornalistas da AFP. 

Militares e policiais venezuelanos usaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, deixando pelo menos uma dúzia de feridos nas pontes Simón Bolívar e Santander, que ligam as cidades de San Antonio e Ureña (Venezuela) e Cúcuta (Colômbia).

Colômbia diz que não reconhece o anúncio 

A Colômbia afirmou que não reconhece o governo "usurpador" de Nicolás Maduro, nem seu anúncio de rompimento das relações diplomáticas em meio à escalada de tumultos e tensões pela entrada de ajuda humanitária na Venezuela. 

O governo de Iván Duque reconhece "o presidente Juan Guaidó, a quem agradece o convite que faz aos funcionários diplomáticos e consulares colombianos para permanecerem em território venezuelano", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Carlos Holmes Trujillo.

Holmes Trujillo disse que vai providenciar o retorno das autoridades colombianas "a fim de preservar" sua vida e integridade. 

"A Colômbia culpa o usurpador Maduro por qualquer agressão ou desconhecimento dos direitos que as autoridades colombianas têm na Venezuela", acrescentou. 

A vice-presidente Marta Lucía Ramírez acrescentou que "Maduro não pode romper relações diplomáticas que a Colômbia não tem com ele" em sua conta no Twitter. 

Bogotá praticamente não tem relações com o governo de Chávez desde meados de 2017.