Tensão

Manifestação pró-democracia reúne 10 mil pessoas na Tailândia

Abaixo a ditadura, gritaram os manifestantes, muitos deles com cartazes com críticas ao governo pró-militar de Prayu

Por AFP
Publicado em 16 de agosto de 2020 | 11:18
 
 
 
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Uma manifestação pró-democracia em Bangcoc reuniu neste domingo 10 mil pessoas, de acordo com a polícia, no maior protesto no reino em muitos anos. No último mês foram registradas manifestações quase diárias lideradas por estudantes, para exigem uma reforma do governo do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, ex-comandante do exército que liderou um golpe em 2014 que instaurou uma junta militar que governo o país durante cinco anos.

"Há 10 mil pessoas na manifestação de estudantes", declarou à AFP um porta-voz da polícia metropolitana de Bangcoc, enquanto o protesto prosseguia durante a noite. Durante a tarde, manifestantes de todas as idades se reuniram ao redor do Monumento pela Democracia de Bangcoc, que foi construído em memória da revolução de 1932 que acabou com o absolutismo. "Abaixo a ditadura", gritaram os manifestantes, muitos deles com cartazes com críticas ao governo pró-militar de Prayut. Outros exibiam cartazes com o formato de uma pomba branca.

A tensão aumentou nas últimas duas semanas com a detenção de três ativistas, que foram liberados após o pagamento de fiança depois que foram acusados de sedição e violação das normas de saúde contra a pandemia de coronavírus. Um deles, Parit Chiwark, que é um dos principais líderes do movimento, chegou ao protesto deste domingo protegido por vários manifestantes.

Inspirados parcialmente no movimento pró-democracia de Hong Kong, os manifestantes afirmam não ter líderes e receberam apoio em todo país, principalmente com as campanhas nas redes sociais. 

"Uma data limite para a ditadura" e "Permita que acabe em nossa geração" foram as principais hashtags de domingo no Twitter na Tailândia.

A principal demanda dos manifestantes é dissolver o Parlamento e mudar a Constituição de 2017, que dá amplos poderes aos 250 senadores, escolhidos pelo exército. Um protesto na semana passada, que reuniu quatro mil pessoas, também pediu a abolição de uma lei que protege a monarquia da Tailândia, assim como um debate sobre o papel que desempenha no país.

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