Saúde

O que sabemos sobre o novo vírus que já provocou seis mortes na China

Mais de 300 pessoas foram infectadas pelo coronavírus

Por AFP
Publicado em 21 de janeiro de 2020 | 15:37
 
 
 
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Um novo vírus, da família do SARS, matou seis pessoas na China e registrou até o momento 300 casos de infecção. O país, que está prestes a entrar em um feriado longo, teme que o vírus se propague mais rapidamente por causa da alta movimentação.

Vários países asiáticos e o Estados Unidos instalaram zonas de controle e detecção para os passageiros vindos de Wuhan, a cidade chinesa onde o vírus foi identificado pela primeira vez.  

- É completamente novo -

O vírus pertence a uma cepa desconhecida de coronavírus, uma família de patógenos que inclui desde resfriados comuns até a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), que matou 349 pessoas na China continental e 299 em Hong Kong, entre os anos de 2002 e 2003. 

Arnaud Fontanet, à frente do departamento de epidemologia do Instituto Pasteur, em Paris, explicou à AFP que a cepa do vírus atual é 80% idêntica geneticamente a da SARS. 

A China compartilhou o genoma do vírus com cientistas de outros países, que foi temporariamente denominado de "2019-nCoV". 

- Contágio entre humanos -

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na última segunda-feira (20) acreditar que a fonte primária do surto do vírus seja de origem animal, e as autoridades de Wuhan indicaram que o centro da epidemia está situado em um mercado de peixe.  

Posteriormente, a China explicou que o vírus é transmitido diretamente entre humanos, sem haver a necessidade de contato com a área epidêmica. 

A médica Nathalie MacDermott, do King's College London, informou que o vírus poderia ser transmitido por via área quando a pessoa infectada tosse ou espirra.  

De acordo com um grupo de médicos da Universidade de Hong Kong, teriam ocorrido 1.343 casos em Wuhan, número similar à projeção de 1.700 feita na última semana pelo Imperial College London.  

Ambas estimativas são maiores do que os números divulgado oficialmente. 

- Mais leve que a SARS -

Comparados com os sintomas da SARS, esse novo vírus parece ser menos agressivo. Segundo os especialistas, o balanço de mortos é também relativamente baixo.  

As autoridades de Wuhan informaram que 25 das mais de 200 pessoas infectadas na cidade ficaram curadas.  

"É difícil comparar essa doença com a SARS", comentou Zhong Nanshan, um respeitado cientista da Comissão Nacional de Saúde da China, em uma coletiva de imprensa nesta semana. "É leve. O impacto no pulmão não é como a SARS".  

Embora o vírus tenha características mais suaves, também exige atenção. Por ser mais leve, ele permite que as pessoas continuem se movimentando e lidando com grandes públicos sem que se perceba a presença da doença, alertam os especialistas.  

- Emergência de saúde pública internacional? -

A OMS se reunirá na próxima quarta-feira (22) para decidir se o surto deve ser considerado uma "emergência de saúde pública internacional".  

O órgão utilizou essa denominação poucas vezes, como no caso do vírus H1N1 (2009), na epidemia do vírus Ebola (2014-2016) ou no vírus da Zika (2016). 

O governo chinês classificou o surto da mesma forma que a SARS, o que implica aos infectados seguir uma quarentena obrigatória e possíveis restrições de viagem.  

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