Pandemia

Ômicron deve infectar metade da Europa em 8 semanas, alerta a OMS

Organização disse que, 'se o ritmo atual de transmissão se mantiver', esta é a projeção em dois meses

Por AFP
Publicado em 11 de janeiro de 2022 | 13:00
 
 
 
normal

Mais de 50% da população da região Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) terá contraído a variante ômicron do coronavírus nos próximos dois meses, se o ritmo atual de transmissão se mantiver - advertiu a instituição, nesta terça-feira (11).

"Nesse ritmo (...), prevê-se que mais de 50% da população da região terá sido infectada com a variante ômicron nas próximas seis, ou oito, semanas", disse o diretor da região Europa na OMS, Hans Kluge, em entrevista coletiva.

Veja também: Queiroga reconhece que variante ômicron já é prevalente no Brasil

 

Kluge destacou que esta variante apresenta várias mutações "capazes de se fixarem mais facilmente nas células humanas" e afetar pessoas que já tiveram Covid-19 e estão vacinadas.

A região Europa da OMS é composta por 53 países e vai até a Ásia Central. Nesta área, foram registrados 7 milhões de novos casos de covid-19 na primeira semana de 2022.

Leia aqui: Mundo registra recorde de mais de 3 milhões de casos de Covid em 24 horas

 

Segundo dados da OMS, desde 10 de janeiro, 26 países da região relataram que mais de 1% de sua população foi infectada a cada semana.

Kluge afirmou que essa transmissão "sem precedentes" do vírus se traduz em um aumento nas internações hospitalares, mas não no aumento da mortalidade. 

A nova onda de contágios "é um desafio para os sistemas de saúde e para o atendimento de saúde em vários países onde a ômicron se propaga em alta velocidade e ameaça sobrecarregar a situação em outros", lamentou.

"Há uma fração maior de casos assintomáticos, há uma fração menor de pessoas que precisam de internação e as taxas de mortalidade nos hospitais são menores", declarou Kluge, que destacou a eficácia das vacinas já aprovadas.

No entanto, a OMS também observou que atualmente é impossível qualificar o vírus como endêmico como é o caso da gripe.

"Ainda temos um vírus que evolui muito rapidamente e que apresenta novos desafios. Portanto, certamente não estamos a ponto de poder qualificá-lo como endêmico", afirmou a responsável pelas situações de emergência da OMS Europa, Catherine Smallwood.

"Esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez", concluiu o diretor regional. 

"O principal objetivo a ser alcançado para 2022 é estabilizar a pandemia", ressaltou.

Globalmente, a pandemia matou quase 5,5 milhões de pessoas, de acordo com um número compilado pela AFP a partir de fontes oficiais. O número real, porém, pode ser duas a três vezes maior, de acordo com a OMS.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!