Esperança

OMS diz que a Nigéria venceu o ebola de forma ‘espetacular’

Último caso foi registrado no país em 5 de setembro; no total, foram 20 notificados e oito mortes

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 20 de outubro de 2014 | 09:07
 
 
 
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Londres, Reino Unido.A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta segunda que a epidemia de ebola na Nigéria chegou a um fim. A agência de saúde das Nações Unidas, em relatório, classificou a estratégia do país para conter a doença como uma “história de sucesso espetacular”.


A OMS disse que o governo do país rastreou quase todos os contatos de pacientes do ebola para limitar o contágio. Todos os casos da doença no país tiveram contato com a primeira pessoa infectada pelo vírus, o diplomata liberiano Patrick Sawyer, que chegou a Lagos, no sudoeste do país, com os sintomas em 20 de julho e morreu cinco dias depois. A Nigéria registrou 20 casos do ebola, sendo que em oito deles as pessoas infectadas morreram.

A OMS pode declarar o fim oficial de uma epidemia de ebola se dois períodos de incubação de 21 dias passarem sem novos casos – ou seja, 42 dias. A agência espera que novos casos da doença, portanto, só devem surgir se o vírus for trazido novamente do exterior.

Para declarar oficialmente o fim de uma epidemia em uma região, a OMS reúne um comitê de vigilância, epidemiologia e de testes de laboratório para determinar se todas as condições para tal foram cumpridas.

Além de vigiar 900 casos considerados de risco, a Nigéria adotou controles nos aeroportos e portos do país. As viagens ao exterior não foram proibidas, mas a principal companhia aérea do país, Arik Air, suspendeu os voos para Libéria e Serra Leoa.

Observação. A Nigéria é o segundo país a comemorar uma importante vitória contra o ebola. Senegal, que registrou um caso de um homem vindo da Guiné, também foi declarado livre da epidemia pela OMS.

Os dois países são observados pelos especialistas que tentam conter a propagação da doença, que provocou 4.555 mortes em sete países, a maioria na África ocidental. Os países mais atingidos são Libéria, Serra Leoa e Guiné.

Apelo. Mais de 2.000 pessoas já morreram na Libéria em razão do vírus do ebola, estimou nesta segunda a presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf.

Em um apelo por mais apoio da comunidade internacional, Sirleaf declarou que, na Libéria, as consequências do surto são devastadoras, em especial nos aspectos econômicos. “Uma geração de jovens corre o risco de perder suas colheitas, pois os mercados e as fronteiras estão fechadas”, disse.

Ajuda. A União Europeia está tentando arrecadar € 1 bilhão para ajudar no combate ao ebola na África. Nesta segunda, ministros das Relações Exteriores dos 28 países-membros iniciaram conversas para discutir como eles podem ajudar no controle do surto. Está previsto para sexta-feira o anúncio de um pacote de medidas. Por enquanto, o bloco já reuniu cerca de € 500 milhões. Os ministros discutiram a possibilidade de enviar equipamentos, oferecer treinamento e adotar procedimentos mais rígidos no retorno de europeus que estavam na África Ocidental.

EUA ainda monitoram 120
Dallas, EUA. Autoridades de saúde do Texas, nos Estados Unidos afirmaram nesta segunda que 120 pessoas ainda estão sendo monitoradas sob o risco de terem contraído o vírus ebola. Segundo os agentes, a observação é realizada porque eles podem ter tido contato com um dos três pacientes tratados da doença em Dallas.

Das 48 pessoas mantidas na lista de monitoramento original, 43 já passaram pelo período máximo de incubação da doença (21 dias) e estão livres de risco. As outras, que também cuidaram de Thomas Eric Duncan, vítima do ebola nos EUA, ainda não tiveram a doença descartada.

Os agentes de saúde também afirmaram desconhecer a permissão que autoridades federais concederam a uma enfermeira contaminada pelo vírus para viajar a Ohio. O deslize no protocolo de segurança levantou um debate nacional nos Estados Unidos para discutir se o governo está enfrentando a crise de modo rápido o suficiente e se viagens comerciais aos países atingidos pela epidemia na África devem ser canceladas.

Cuba e EUA
União.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse que o país está disposto a trabalhar com os EUA no combate ao ebola. Para ele, o mundo precisa evitar a “politização” nos esforços contra a doença.

Possível cura
Negativo
. Um novo teste para o ebola realizado na enfermeira espanhola Teresa Romero, 44, a primeira a ser infectada pelo vírus fora da África, deu negativo. O governo espanhol fará agora um novo exame.

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