Processo

ONU lança eleição de secretário-geral para o período de 2022 até 2026

Mandato é aspirado pelo atual chefe da organização, António Guterres, mas, Honduras exige candidaturas femininas para o cargo

Por AFP
Publicado em 04 de fevereiro de 2021 | 20:57
 
 
 
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O Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU lançaram nesta quinta-feira (4) o recrutamento para eleger um secretário-geral para o período 2022-2026, mandato ao qual aspira o atual chefe da organização, António Guterres, enquanto Honduras exige candidaturas femininas. 

O ex-primeiro-ministro de Portugal, de 71 anos, conta com amplo apoio na Assembleia e no Conselho, especialmente dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), fundamental para renovar seu mandato por mais cinco anos. 

Várias ONGs, entretanto, criticam sua gestão e consideram que ele não tem feito o suficiente para defender os direitos humanos no mundo. 

Em uma carta endereçada aos 193 membros da ONU à qual a AFP teve acesso, a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança convocam a apresentação de candidatos "antes que o Conselho comece sua seleção entre agora e maio ou junho".

De acordo com a Carta da ONU, o Conselho deve recomendar um candidato à Assembleia, que é então formalmente nomeado. 

Em 2016, a ONU instalou um processo que busca maior transparência e que proporciona audiências dos candidatos. 

“Os candidatos devem possuir habilidades comprovadas de liderança e gestão, ampla experiência em relações internacionais e fortes habilidades diplomáticas e de comunicação além de ser multilíngue”, afirma a carta enviada aos membros da ONU. 

Guterres, ex-comissário da ONU para Refugiados de 2005 a 2015, postulou a um segundo mandato em 11 de janeiro. Ninguém mais apresentou sua candidatura até agora. Desde a criação da ONU em 1945, todos os secretários-gerais foram homens. 

Em carta aos membros da ONU na quarta-feira, obtida pela AFP, Honduras pede a apresentação de candidatas. 

“Convido você e os Estados que os representam a honrar genuinamente seus compromissos com a ONU e a apresentar candidatas, em conformidade com os mais altos padrões de eficácia, competência e integridade”, escreveu a embaixadora de Honduras na ONU, Mary Elizabeth Flores Flake.

Trata-se de “iniciar um processo de nomeação onde a igualdade e a inclusão são possíveis e são a norma”, acrescentou. 

Em 2018, Flores concorreu como candidata a presidir a Assembleia Geral da ONU, mas perdeu para a ex-chanceler equatoriana María Fernanda Espinosa, a primeira mulher latino-americana a presidir a Assembleia. 

Flores, ex-deputada e a primeira mulher a se tornar embaixadora de seu país na ONU, é filha do ex-presidente hondurenho Carlos Flores (1998-2002). 

Durante sua campanha para a presidência da Assembleia Geral, ela disse que, se eleita, sua prioridade seria a defesa das crianças.

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